Poucos elementos conquistaram tanto espaço na decoração de interiores quanto o painel ripado, especialmente nas salas de estar e TV. Com suas linhas verticais marcantes, ele não apenas agrega valor estético ao ambiente como também sugere uma sensação de aconchego, amplitude e identidade visual. No entanto, como toda tendência que ganha força rapidamente, o painel ripado exige atenção. Será que ele é mesmo uma escolha atemporal ou apenas uma moda com data de validade?
Para entender esse dilema, é preciso olhar além da estética. O painel ripado, em sua essência, é uma composição de ripas de madeira — naturais ou em MDF — instaladas de forma espaçada ou contínua, que reveste paredes, destaca áreas específicas ou até esconde imperfeições arquitetônicas. É uma solução que atua como cenário, moldura ou até mesmo protagonista do espaço.
Estética versátil e funcionalidade: os principais atrativos do painel ripado
A principal razão para o sucesso do painel ripado está na sua capacidade de se adaptar a diferentes estilos de decoração, do minimalismo escandinavo à rusticidade elegante. Segundo a arquiteta Amanda Trentin, o recurso funciona como um “respiro visual”, especialmente em salas integradas, pois permite delimitar espaços sem comprometer a circulação ou sobrecarregar o olhar. “Quando usado de forma estratégica, o painel cria um pano de fundo sofisticado que valoriza móveis e acessórios, além de ajudar no controle acústico do ambiente”, explica.

Outra vantagem está na facilidade de aplicação. Com a popularização de modelos prontos ou modulares, é possível encontrar opções que dispensam grandes reformas. Em muitos casos, o painel já vem com suportes para TV embutidos, nichos ou iluminação LED integrada, o que o torna uma solução funcional e decorativa ao mesmo tempo.
Além disso, ele também ajuda a disfarçar irregularidades em paredes antigas, cobrir pontos de passagem elétrica ou simplesmente quebrar a monotonia de uma parede extensa. O resultado é um ambiente que ganha profundidade, textura e personalidade com uma intervenção relativamente simples.
Os desafios do painel ripado: o que considerar antes de investir
Apesar de seus muitos encantos, o painel ripado na sala não está isento de limitações. O primeiro ponto que precisa ser considerado é a manutenção. Com frestas entre as ripas, o acúmulo de poeira é inevitável, exigindo uma limpeza mais frequente e cuidadosa. “É importante evitar panos úmidos em excesso, principalmente se o painel for de madeira natural. Produtos abrasivos também devem ser descartados”, alerta o designer de interiores Leandro Campos, que recomenda o uso de pincéis de cerdas macias ou aspiradores com bocal escovado para manter a peça limpa e preservada.

Outro aspecto relevante é a iluminação. Ambientes muito escuros podem perder profundidade visual com o uso do painel ripado em tons escuros ou fechados. Por isso, o ideal é equilibrar a composição com boa luz natural ou pontos de iluminação direcionada. Em espaços pequenos, o recurso pode pesar visualmente se não for bem planejado — uma boa saída, nesses casos, é optar por ripas em cores claras ou versões vazadas.
Vale ainda lembrar que o painel pode impactar o custo final da obra. Dependendo do tipo de madeira, do acabamento e da mão de obra envolvida, o investimento pode ser elevado. Modelos em MDF ou PVC imitando madeira surgem como alternativas mais acessíveis, mas exigem cuidado extra com a qualidade e a resistência ao longo do tempo.
Tendência duradoura ou moda pontual? O painel ripado no longo prazo
A dúvida que muitos têm é se o painel ripado veio para ficar ou será lembrado como uma febre passageira. De acordo com Amanda Trentin, a chave está no uso consciente e integrado ao projeto. “Mais do que seguir uma tendência, é preciso entender se o painel faz sentido para o seu espaço e estilo de vida. Quando bem executado, ele se mantém atual por muitos anos, mesmo com a evolução das modas”, analisa.

Já Leandro Campos reforça a importância de buscar um equilíbrio entre forma e função: “A decoração deve emocionar, mas também servir. Um painel ripado só é bem-sucedido se ele realmente contribuir para a rotina dos moradores, e não apenas agradar aos olhos por um breve momento”.