Poucos móveis têm tanto poder de definir o ambiente quanto o sofá. Em uma sala pequena, escolher onde ele vai ficar não é apenas uma questão de gosto, mas uma estratégia fundamental para o layout inteligente do espaço. Afinal, é ele quem dita a circulação, delimita áreas e pode, inclusive, influenciar na sensação de amplitude. Mas, afinal, deixar o sofá encostado na parede ou centralizado no ambiente faz mais sentido?
Antes de tomar uma decisão, é preciso entender que, em espaços reduzidos, cada escolha conta. A posição do sofá interfere na luz, no fluxo das pessoas, na relação com outros móveis e até no conforto visual. Por isso, não existe uma resposta universal — tudo depende do formato da planta, da função da sala e dos hábitos dos moradores.
Sofá encostado: mais espaço livre, menos respiro visual
O sofá encostado na parede é, sem dúvida, a configuração mais comum em salas compactas. Isso porque, ao aproximá-lo da parede, libera-se o centro do ambiente para circulação ou para outros elementos como mesa de centro e pufes. Essa escolha faz sentido quando o foco é otimizar o espaço disponível. No entanto, nem sempre é a opção mais elegante — e pode acabar achatando visualmente a decoração, como alerta a arquiteta Juliana Sesso, especialista em interiores residenciais.

“Quando o sofá é colado na parede, principalmente em plantas retangulares e estreitas, o ambiente tende a ficar mais óbvio e sem profundidade. Uma alternativa é recuá-lo alguns centímetros e trabalhar com elementos verticais, como quadros ou iluminação, para ampliar a percepção do espaço”, explica a profissional.
A recomendação de Juliana é manter uma distância mínima entre o encosto e a parede para permitir uma sensação de leveza. Além disso, utilizar tapetes que ultrapassem a base do sofá e cortinas do teto ao chão são truques visuais que ajudam a “alongar” a sala.
Centralizar o sofá: delimitação elegante e multifuncional
Já o sofá centralizado é uma solução menos tradicional, mas com muito potencial — mesmo em salas pequenas. Ao posicionar o móvel mais ao centro do cômodo, é possível criar microambientes, como uma divisão entre estar e jantar ou delimitar o espaço da TV sem o uso de paredes ou painéis pesados.

Segundo o designer de interiores André Marques, a chave para fazer esse layout funcionar está na escolha do modelo e no dimensionamento correto. “Para centralizar o sofá, é preciso que ele tenha proporções adequadas. Modelos mais leves, com pés aparentes, por exemplo, ajudam a manter o ambiente arejado. E o ideal é que ele não interrompa a circulação nem bloqueie a entrada de luz natural”, aponta.
Esse tipo de posicionamento funciona especialmente bem em apartamentos tipo estúdio ou em salas integradas, onde o sofá pode servir como uma espécie de ilha funcional, organizando o layout de forma fluida. O segredo é garantir que haja, no mínimo, 60 cm livres ao redor do móvel para permitir uma circulação confortável.
Como encontrar o equilíbrio ideal para sua sala
Seja encostado ou centralizado, o mais importante é entender que a disposição do sofá deve dialogar com os outros elementos da sala. Uma boa prática é desenhar a planta do ambiente (ou usar aplicativos gratuitos) e testar diferentes arranjos. Ver como a luz entra, onde estão os pontos elétricos e como as pessoas usam o espaço no dia a dia são pistas que ajudam na decisão.
Outro ponto fundamental é o papel do sofá no conjunto da decoração. Se for a peça de destaque, vale posicioná-lo de forma que ele tenha respiro — seja através da centralização, seja com uma parede de destaque atrás. Já se o foco estiver em outro ponto, como uma estante ou obra de arte, o sofá pode funcionar como apoio visual.