Em meio às tendências que vão e vêm, há móveis que permanecem atemporais — e o aparador de sala é um desses protagonistas discretos, porém essenciais. Com origem nos salões europeus do século XVIII, onde servia como apoio para refeições e louças refinadas, essa peça atravessou séculos e estilos até se consolidar como um verdadeiro coringa na decoração contemporânea. Hoje, o aparador se reinventa como suporte, divisor de espaços, elemento decorativo e até estação funcional.
Mas o que torna esse móvel tão especial não é apenas sua história — é a sua capacidade de unir estética e funcionalidade de maneira orgânica. Em projetos bem planejados, ele ajuda a organizar sem pesar, delimita áreas com sutileza e ainda imprime identidade ao ambiente.
Escolher bem é o primeiro passo
Encontrar o aparador ideal para sala depende de dois pilares: propósito e linguagem estética. Ambientes mais amplos permitem modelos robustos, com prateleiras, portas ou gavetas, que agregam espaço de armazenamento. Já espaços compactos se beneficiam de versões mais enxutas, com estrutura leve — e se o modelo tiver acabamento espelhado, melhor ainda, pois ajuda a ampliar visualmente o ambiente.

Segundo a arquiteta Jéssica Tarandach, o segredo está na harmonia visual: “Um aparador precisa dialogar com os outros elementos da sala. Pode contrastar ou complementar, mas nunca parecer deslocado”. Isso vale tanto para o material quanto para o estilo. Enquanto o aparador de madeira traz aconchego e apelo atemporal, versões em vidro, metal ou laca colorida criam um visual mais contemporâneo e leve.
Muito além da decoração: um aliado do cotidiano
Apesar da aparência refinada, o aparador de sala não precisa ser apenas decorativo. Ele pode se transformar em um mini-bar discreto, apoiar uma bandeja com café e xícaras ou até organizar itens que ficam entre a sala de estar e a sala de jantar — como guardanapos, talheres e jogos americanos. Sua utilidade é ampla, especialmente quando conta com gavetas ou nichos integrados, facilitando o dia a dia sem comprometer o visual.

A designer de interiores Talita Nogueira reforça a importância de equilibrar forma e função: “Um aparador bem pensado não é só bonito, ele traz praticidade. Dá para usá-lo como ponto de apoio em reuniões, como suporte para objetos afetivos e até como delimitador de ambientes”.
Como decorar o aparador com leveza e personalidade
Ao montar a composição sobre o aparador, o segredo está no equilíbrio visual. Escolha objetos que tenham proporções variadas, como uma escultura mais alta combinada com livros ou porta-retratos mais baixos. Evite sobrecarregar o tampo: menos é mais quando a intenção é criar um canto elegante e convidativo.

Pequenos toques como vasos com plantas naturais ou arranjos secos, luminárias de design, bandejas decorativas e até velas aromáticas trazem sensações distintas — de acolhimento, sofisticação ou frescor. Mas, acima de tudo, personalize: o aparador é um ótimo lugar para colocar objetos que contam a sua história, como uma lembrança de viagem ou aquele livro de capa marcante.
O poder das cores e acabamentos certos
Assim como qualquer peça de destaque, o acabamento do aparador influencia diretamente na atmosfera do ambiente. Tons neutros como branco, cinza e madeira clara são curingas e criam sensação de leveza. Já o preto, o azul-marinho e os acabamentos em nogueira ou carvalho escuro evocam elegância e solidez — perfeitos para salas com linguagem mais clássica ou masculina.

Os detalhes metálicos também têm ganhado espaço. Pés em dourado fosco, puxadores em cobre escovado ou estruturas em aço preto trazem sofisticação e contemporaneidade à peça. “O segredo é garantir que o acabamento converse com os outros elementos da sala, como o tom da madeira do rack ou o brilho do pendente”, orienta Jéssica.