Para os proprietários de um apartamento de 118m², localizado no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, o sonho de uma morada para chamar de sua começou quando compraram o imóvel ainda na planta. Com as chaves nas mãos, a chegada da arquiteta Mari Milani não demorou: logo ela entrou em cena para comandar o projeto.
Composta por um casal com dois filhos pequenos, ela conta que a primeira intervenção foi concentrada na ampliação da sala de estar que, por sua vez, foi integrada com a cozinha e a varanda. Acompanhe as demais resoluções executadas pela profissional para essa família.
A potência dos materiais escolhidos
Com a união dos ambientes na área social, Mari adotou o mesmo piso: um porcelanato no tom de cimento queimado. Com outras sutis referências ao décor industrial, ela também aderiu o efeito mais rústico e natural do tijolinho, a iluminação por trilhos e a serralheria. “A variedade de elementos ficou muito sutil, acolhedora e com uma leitura muito atual”, analisa ao mencionar a presença da palhinha nas cadeiras de jantar e no rack.
Detalhamento da área social
Do hall de entrada, revestido tal qual uma caixa de madeira, projeto já entrega a mesa de jantar em freijó com suas seis cadeiras de encosto em palhinha. Na sequência, o protagonismo do setor é assumido pelo amplo rack verde e o painel de TV que delimita a sala de estar.
“Conciliamos um arranjo leve que ficou ainda mais gracioso com a aplicação dos cantos arredondados e a trançado artesanal da palhinha nas portas do móvel”, argumenta a arquiteta, que trata essa decisão como uma solução estratégica. “Além de muito delicado, ainda possibilitamos a circulação de ar que evita o superaquecimento dos itens eletrônicos como o modem da internet”, complementa.
Na varanda, a profissional dividiu a área em dois momentos: um mais reservado, que conta com um banco de madeira e uma mesa que é propícia para refeições mais afetivas, e os churrascos grelhados do lado gourmet.
Clima campestre na cozinha
Depois de percorrer a ala social, é hora de retornar para a cozinha que desperta amorosidade, memórias e uma referência retrô que, a começar pela marcenaria provençal, que nos leva ao estilo das fazendas em uma versão contemporânea. “Eu gosto muito de explorar essa afinidade entre o clássico, no caso dos armários almofadados e puxador concha, com os eletros modernos, como a lava-louças e a geladeira”, verbaliza a arquiteta.
Mantendo o verde avistado na sala, somam-se ainda o dourado dos puxadores, o subway tile que ressalta o frontão, a bancada em lâmina sinterizada imitando madeira, que traz exatamente esse aspecto amadeirado, e a cuba farm sink.
Com ideias arrojadas, Mari criou uma marcenaria multifacetada na interface entre a cozinha e a sala: de um lado uma estante com nichos e uma torre quente para o forno micro-ondas e eletrodomésticos e, do outro, uma extensão que decora o ambiente. “Incluímos também um vão para o subwoofer, que ficou bem discreto”, conta.
A beleza da serralheria com vidro
Em dois pontos específicos – a separação entre cozinha e área de serviço e o acesso aos dormitórios – o projeto exalta a aura de mistério e privacidade das esquadrias em serralheria e vidro.
Os dormitórios
Na ala íntima, Mari acompanhou a referência da paleta, mas também trouxe novos tons, como os terrosos, que se uniram à proposta. Nas formas, a geometria se fez presente nos detalhes, nos espelhos e nas obras de arte, criando uma unidade estética trabalhada em todo imóvel, onde as formas moldaram os revestimentos e materiais em cenários criativos e marcantes.
A palavra que norteou a reforma da suíte principal foi aconchego em sincronia com a otimização do espaço. O corredor do quarto foi usado para acomodar uma sapateira, seguido pela penteadeira e o closet.
