Contratar um projeto de interiores deixou de ser um luxo reservado a grandes reformas ou apartamentos de alto padrão. Hoje, com a diversidade de profissionais, propostas e formatos de atendimento, é possível encontrar soluções acessíveis e personalizadas para diversos perfis de moradia. Mas afinal, quanto custa investir em um bom projeto? E o que é possível fazer para não ultrapassar o orçamento?
Mais do que números exatos, entender o que compõe o valor de um projeto de interiores é o primeiro passo para fazer escolhas mais conscientes e evitar surpresas desagradáveis. A seguir, mostramos como o orçamento é estruturado, quais fatores impactam diretamente nos custos e que caminhos seguir para alinhar estilo, funcionalidade e economia.
O que está por trás dos valores de um projeto de interiores?
O preço de um projeto não está apenas no tempo do profissional ou na entrega de desenhos técnicos. Há uma complexa engrenagem por trás da elaboração de um ambiente funcional e bonito, que envolve levantamento técnico, definição de layout, moodboards, compatibilização com normas, estudo de ergonomia e, claro, a adequação aos desejos do cliente.

Segundo a arquiteta Lorena Braga, que atua com interiores residenciais e comerciais em São Paulo, a precificação pode variar bastante: “A maioria dos profissionais trabalha com valor por metro quadrado, mas também existem os que cobram por hora técnica ou por pacote fechado. O mais importante é que tudo seja explicado com clareza desde a proposta inicial”, explica.
Em geral, os preços praticados no Brasil variam entre R$ 80 e R$ 250 por metro quadrado, dependendo da cidade, da experiência do profissional e da complexidade do projeto. Em casos mais exclusivos — com detalhamento de marcenaria, acompanhamento de obra e especificação completa de materiais — o valor pode ultrapassar R$ 300/m².
Como o escopo influencia no valor final
Muitas pessoas acreditam que um projeto de interiores se resume à escolha de cores e móveis, mas a verdade é que o escopo pode ser muito mais amplo. Se o projeto incluir consultorias presenciais, planta humanizada, renderizações 3D, cronograma de execução e indicação de fornecedores, isso será refletido no custo final.
“Projetos mais enxutos, como consultorias de poucas horas ou pacotes online, têm se tornado alternativas econômicas, principalmente para quem já tem uma base pronta e busca apenas afinar detalhes”, afirma o designer de interiores Victor Moraes, conhecido por seus projetos acessíveis e inteligentes na região Sul. Segundo ele, o segredo está em alinhar as expectativas com a realidade do espaço e do orçamento.
Dá para economizar sem abrir mão do bom gosto
Contratar um designer ou arquiteto não precisa ser sinônimo de grandes gastos. Pelo contrário: um projeto bem estruturado pode evitar retrabalhos, compras desnecessárias e erros de execução que acabam saindo muito mais caros. A economia começa com o planejamento. Ao definir com clareza o estilo desejado, as necessidades da família e o valor disponível, é possível direcionar melhor as escolhas de materiais, móveis e acabamentos.
Além disso, apostar em soluções sob medida — como marcenaria inteligente ou mobiliário multifuncional — pode agregar valor estético e funcional sem sobrecarregar os custos. Outro ponto fundamental é a transparência no diálogo com o profissional. Muitos clientes não expõem o valor disponível por medo de limitar a criatividade do arquiteto, quando, na verdade, essa informação é essencial para que as decisões sejam coerentes e realistas desde o início.
Projetos acessíveis: tendência ou necessidade?
O avanço da tecnologia e a maior presença dos profissionais nas redes sociais ampliaram o acesso a projetos de qualidade. Hoje, é possível contratar pacotes online, receber atendimento remoto e até acompanhar o desenvolvimento de um projeto à distância — tudo isso com custos mais reduzidos e flexibilidade maior.

Ao mesmo tempo, o mercado tem se adaptado com novos formatos de atendimento: projetos por ambiente, acompanhamento virtual, kits prontos e até mentorias para quem deseja executar a própria decoração. O importante é avaliar o que se encaixa melhor no seu momento e buscar referências antes de contratar.
Por que vale a pena investir em um bom projeto de interiores
Mais do que estética, um projeto bem feito proporciona qualidade de vida, otimização de espaço e valorização do imóvel. Quando bem planejado, ele considera o dia a dia de quem mora, respeita rotinas, antecipa necessidades e evita gastos impulsivos com peças que não combinam entre si.
Com tantas variáveis envolvidas, entender os bastidores do orçamento é essencial para garantir que o resultado final seja funcional, bonito e dentro do previsto. E como conclui a arquiteta Lorena Braga: “Investir em um bom projeto é, na verdade, uma forma de economizar — você acerta mais e erra menos”.