Com seu tom escuro quase enigmático, a zamioculca black é daquelas plantas que roubam a cena com elegância. Mais do que um item de paisagismo, ela se tornou uma escolha estratégica em projetos de interiores sofisticados, principalmente por sua estética exótica, sua simbologia ligada à prosperidade e, claro, pela sua capacidade de sobreviver mesmo em ambientes de baixa luminosidade.
Segundo o arquiteto paisagista Luciano Zanardo, “a zamioculca black tem uma presença escultural que conversa bem com estilos contemporâneos e minimalistas. É uma planta que parece ter sido desenhada à mão, tamanha a perfeição de suas formas e o brilho intenso das folhas”. E, de fato, ela exige poucos cuidados: cresce com autonomia e se destaca até nos espaços mais compactos.
Origem e simbolismo que atravessam culturas
Nativa das regiões tropicais do leste da África, a zamioculca zamiifolia (nome científico da planta) ganhou projeção mundial ao longo dos anos 1990. Mas a variedade black, de coloração escura nas folhas — que evolui do verde ao negro profundo — é mais recente e ainda mais intrigante.

Em sua terra de origem, há relatos de que a zamioculca é tida como planta de proteção espiritual e, curiosamente, associada ao dinheiro. Essa crença atravessou fronteiras e consolidou a espécie como um símbolo de boa sorte, estabilidade financeira e renovação energética nos lares e escritórios. Já no Ocidente, ela também passou a representar elegância, resistência e individualidade.
A engenheira agrônoma Clariça Lima explica que “o nome popular ‘planta do dinheiro’ é atribuído à zamioculca por conta da aparência brilhante e vigorosa de suas folhas, que lembram riqueza e saúde”. Ainda que não haja comprovação mística, o simbolismo continua sendo parte do apelo decorativo da espécie.
Um visual natural, sem truques
O diferencial da zamioculca black está em sua aparência dramática e natural. Ao contrário de muitas plantas tingidas artificialmente, sua coloração escura é resultado de uma mutação genética estável, presente desde o nascimento. Suas folhas surgem verdes e escurecem à medida que amadurecem, criando um jogo visual que chama atenção mesmo em projetos neutros.

Em vasos de cerâmica branca, em suportes metálicos ou mesmo compondo arranjos com pedras e cascalhos claros, a zamioculca preta se torna um ponto focal. Ela oferece contraste visual sem perder a leveza, e isso tem conquistado tanto profissionais da arquitetura quanto amantes de plantas em busca de uma estética refinada, mas acessível.
Como cuidar da zamioculca black?
Um dos motivos para a fama da zamioculca black é sua facilidade de cultivo, mesmo para quem não tem muito tempo ou experiência com plantas. Ela se adapta muito bem a ambientes internos, com luz indireta ou até mesmo sombra parcial. Locais próximos a janelas com cortinas translúcidas, corredores bem iluminados ou salas com luz difusa são perfeitos para que ela possa prosperar. Evite, no entanto, sol direto sobre as folhas — a coloração intensa pode queimar.

No quesito solo, o ideal é um substrato bem drenável, com perlita ou areia misturada a terra vegetal. Já as regas devem ser espaçadas: a planta prefere a secura ao excesso de umidade. Portanto, espere o solo secar completamente antes de regar novamente, já que umidade excessiva pode causar o apodrecimento dos rizomas, estrutura subterrânea que armazena água e nutrientes.
Durante o período de crescimento mais ativo (primavera e verão), uma adubação leve a cada 30 dias com fertilizante líquido equilibrado já é suficiente. A zamioculca black não é exigente, apenas precisa de estabilidade para crescer com vigor.
Multiplicação e replantio
A propagação da zamioculca black pode ser feita por divisão dos rizomas — de forma lenta, mas segura. A cada dois ou três anos, a planta pode ser replantada e dividida, o que facilita sua multiplicação e renova seu crescimento. Se for cultivar em vasos menores, escolha recipientes com boa drenagem e observe o ritmo da planta. Crescimento muito lento pode ser sinal de pouca luz ou excesso de água.
Dúvidas frequentes sobre a Zamioculca Black
1. A zamioculca black pode ser tóxica para pets ou crianças?
Sim. Assim como a versão tradicional da espécie, a zamioculca black é considerada tóxica quando ingerida por animais de estimação ou crianças pequenas. Suas folhas contêm oxalato de cálcio, substância que pode causar irritações na boca, salivação excessiva e desconforto gastrointestinal. Por isso, o ideal é manter a planta fora do alcance de pets curiosos e bebês em fase exploratória.
2. Qual é a diferença entre a zamioculca comum e a zamioculca black?
A principal diferença está na coloração das folhas. Enquanto a zamioculca tradicional possui folhas de verde intenso e brilho moderado, a zamioculca black apresenta um tom escurecido que varia entre o verde profundo e o preto acetinado, conforme a maturação. Ambas possuem os mesmos cuidados e estrutura (com rizomas), mas a versão black é considerada mais rara e decorativa.
3. É possível cultivar a zamioculca black em áreas externas?
Sim, desde que o local ofereça sombra parcial ou luz filtrada. A planta não tolera exposição direta ao sol forte, especialmente nas horas mais quentes do dia, pois isso pode provocar queimaduras nas folhas. Ambientes externos com cobertura ou sombras naturais, como varandas cobertas ou pátios arborizados, são boas opções. Em regiões de clima muito frio, o ideal é proteger a planta em épocas de geada.
4. A zamioculca black purifica o ar?
Embora a zamioculca não esteja na lista oficial das plantas purificadoras do ar publicada pela NASA, estudos e relatos indicam que ela pode sim contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente. Por ter folhas largas e espessas, ela ajuda na umidificação do ar e na retenção de partículas, além de gerar bem-estar estético e psicológico. No entanto, sua ação purificadora é limitada se comparada a outras espécies, como a espada-de-são-jorge ou jiboia.
5. Quanto tempo a zamioculca black leva para crescer ou atingir o porte adulto?
A zamioculca black é uma planta de crescimento lento, principalmente em ambientes com pouca luz natural. Em condições ideais de iluminação e com adubação regular, ela pode atingir cerca de 60 a 90 cm de altura após 2 a 3 anos. Como seu desenvolvimento está diretamente ligado à saúde dos rizomas subterrâneos, manter o solo bem drenado e evitar o excesso de rega são fatores determinantes para um crescimento saudável.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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