O Dia de Finados, celebrado neste domingo, promete aquecer um dos segmentos mais sensíveis e simbólicos da economia: o mercado de flores. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), as vendas devem registrar um crescimento de 7% em relação ao ano passado, impulsionadas, entre outros fatores, pelo fato de o feriado cair em um fim de semana — cenário que favorece as visitas aos cemitérios e, por consequência, o consumo de flores.
Embora represente cerca de 3% do volume anual de vendas do setor, o Finados tem grande importância afetiva e econômica. A ocasião mobiliza produtores, floristas e consumidores em todo o país, criando um movimento específico voltado ao cultivo e à comercialização de espécies mais duráveis e simbólicas. Entre as preferidas do público estão os crisântemos, tradicionalmente associados à lembrança e ao luto, e as kalanchoes, que encantam pelo colorido e resistência, além de exigirem poucos cuidados de manutenção.
Preferência por cores e tipos marca comportamento de compra
As escolhas florais seguem padrões afetivos e simbólicos. Cores como branco e amarelo permanecem como as mais populares, pois evocam ideias de paz, espiritualidade e memória. Isso se reflete diretamente nos pedidos feitos em floriculturas e supermercados, que preparam seus estoques com foco nas flores cultivadas em vasos, por sua durabilidade e facilidade de transporte.
Os crisântemos, em especial, lideram com folga as preferências. São flores resistentes, com visual expressivo e capazes de manter a beleza por vários dias, mesmo sob exposição ao sol. Já os kalanchoes, da família das suculentas, se destacam por sua variedade de cores, baixa exigência hídrica e bom desempenho mesmo em temperaturas mais altas — características que agradam tanto os floristas quanto os consumidores.
Paraná: protagonismo nacional na produção de flores
Enquanto o consumo cresce, a produção segue em expansão, especialmente no estado do Paraná, que se consolida como um dos grandes polos floricultores do país. Dados do Boletim do Deral (Departamento de Economia Rural) mostram que em 2024 o estado alcançou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 271,7 milhões somente no setor de flores.
Essa expressividade se deve à diversidade de cultivos. Espécies como gramados, orquídeas, perenes, rosas e, principalmente, crisântemos, fazem parte da cadeia produtiva que movimenta centenas de produtores em cidades como Maringá, Apucarana e Uniflor, esta última responsável por quase 34% do cultivo estadual de crisântemos. A produção de rosas, por sua vez, é liderada por Marialva, que sozinha responde por 29% do volume do estado.
Na produção de orquídeas, os municípios de Toledo e União da Vitória somam quase 80% do total estadual, demonstrando a força regional na variedade de cultivos. A riqueza de espécies, somada à qualidade e à logística bem estruturada, reforça a relevância do Paraná como motor da floricultura nacional.
Curitiba: tradição e movimento intenso nos cemitérios
A capital paranaense também se prepara para um movimento significativo nos próximos dias. Estima-se que pelo menos 200 mil pessoas visitem os cemitérios públicos e privados de Curitiba durante o feriado de Finados. Apenas os cinco cemitérios administrados pela prefeitura — São Francisco de Paula, Água Verde, Boqueirão, Santa Cândida e Zona Sul (Umbará) — deverão receber mais de 100 mil visitantes, número que tende a dobrar se consideradas as visitas aos cemitérios particulares da capital e da região metropolitana.
Desde a segunda quinzena de outubro, a prefeitura permitiu a realização de limpezas e pequenos reparos nos túmulos, com o objetivo de preparar os espaços para a data. A movimentação não apenas simboliza o respeito à memória dos entes queridos, como também aquece uma cadeia de serviços que vai desde floriculturas até ambulantes e prestadores de manutenção.
 




