Muitas vezes, a beleza de um ambiente está nos detalhes. É o que acontece com o rodateto de gesso, um elemento que pode parecer discreto, mas tem poder suficiente para mudar totalmente a percepção estética de um cômodo. Instalado entre a parede e o teto, ele garante um acabamento sofisticado, esconde imperfeições e valoriza o projeto arquitetônico com um toque de elegância.
Além do apelo visual, o rodateto também cumpre uma função prática: esconder imperfeições de nivelamento, conduítes de iluminação e transições mal resolvidas entre o forro e a parede. Não à toa, tem sido cada vez mais usado em projetos de decoração de interiores, sejam eles minimalistas, clássicos ou contemporâneos.
Segundo a arquiteta Patrícia Anastassiadis, esse tipo de acabamento tem o poder de “dar unidade e emoldurar o teto, como se o espaço ganhasse contornos mais definidos”. Para ela, o uso do rodateto é estratégico, especialmente quando há sancas ou iluminação embutida, pois ele ajuda a criar uma transição suave entre volumes e planos.
Como é feito e onde pode ser aplicado
O rodateto de gesso é uma moldura fabricada com placas de gesso acartonado ou tradicional, moldado manualmente ou pré-fabricado em peças com desenhos variados. Pode ser encontrado em formatos simples, retos e discretos ou em versões mais trabalhadas, com curvas, frisos e elementos decorativos que remetem a estilos clássicos. A escolha do modelo depende da proposta do ambiente.
Sua aplicação é bastante versátil: vai bem em salas de estar, dormitórios, corredores, halls de entrada e até cozinhas e banheiros — desde que não haja umidade excessiva. O importante é garantir que as superfícies estejam bem preparadas, secas e niveladas antes da instalação, o que influencia diretamente na durabilidade e no resultado visual do acabamento.
Como fixar o rodateto de gesso?
O processo de fixação exige precisão, mas é possível executá-lo com segurança mesmo em reformas domésticas. O primeiro passo é medir corretamente o espaço onde a moldura será aplicada. A seguir, a peça deve ser fixada com cola própria para gesso — geralmente um composto de gesso misturado com água — e, em alguns casos, com o auxílio de pregos ou parafusos, especialmente em molduras mais pesadas.
Durante a instalação, o alinhamento das peças é fundamental para evitar recortes tortos ou emendas visíveis. As quinas e encontros das paredes devem ser bem lixados para garantir uma transição suave, e as emendas devem ser preenchidas com massa de gesso e posteriormente lixadas até o nivelamento perfeito. Após a secagem, é possível pintar o rodateto da mesma cor do teto ou criar um contraste delicado com a parede, dependendo do efeito desejado.
Para o engenheiro civil Marcelo Diniz, o segredo está na preparação: “A aderência depende do preparo da base e da qualidade do gesso usado na colagem. A pressa pode comprometer o acabamento e gerar trincas no futuro”, alerta. Ele também ressalta que, em ambientes com iluminação embutida, é essencial prever a fiação antes de instalar o rodateto, para evitar retrabalhos e desperdícios.
Estilo e função em harmonia
Além da função estética, o rodateto também influencia na percepção de altura do pé-direito e no direcionamento da iluminação. Em ambientes mais baixos, por exemplo, modelos mais retos e estreitos são recomendados, pois ajudam a alongar visualmente o espaço. Já em cômodos amplos, é possível ousar com desenhos maiores, mais ornamentados ou até combiná-los com sancas abertas para embutir fitas de LED.

Outro ponto importante é a integração do rodateto com o restante da marcenaria e dos acabamentos. Quando bem planejado, esse elemento dialoga com portas, armários, painéis e até com o estilo do piso, criando um conjunto coeso e elegante. Em decorações clássicas, ele pode funcionar como elo entre o boiserie da parede e o teto. Já em estilos mais contemporâneos, o destaque está na sutileza e na harmonia das linhas.