Escolher o tijolo de tijolo ideal é mais do que uma simples etapa da obra: é a fundação que define a durabilidade, o conforto e até a estética da sua casa. E com tantas opções disponíveis no mercado — do cerâmico ao ecológico —, entender as funções de cada modelo se torna essencial para tomar uma decisão técnica e consciente. Afinal, o desempenho térmico, a resistência e o custo variam bastante entre os tipos, e cada um é mais indicado para determinadas situações.
De acordo com o arquiteto Paulo Henrique Trindade, especialista em construções sustentáveis, “a escolha do tijolo impacta diretamente na eficiência energética e nos custos a longo prazo. Optar por um modelo inadequado pode significar reformas futuras ou desconforto térmico dentro de casa”.
Tijolo cerâmico
Entre os modelos mais conhecidos e ainda amplamente utilizados está o tijolo cerâmico, que pode ser maciço ou furado. O tijolo maciço de barro é fabricado a partir da argila queimada e não possui furos em sua estrutura. Por sua resistência mecânica e custo acessível, continua sendo bastante usado em reformas de casas antigas, paredes de vedação e até elementos decorativos, como painéis rústicos ou fachadas aparentes.

Já o tijolo cerâmico furado, popularmente chamado de “tijolo baiano”, traz maior leveza e praticidade no assentamento. Seus furos verticais garantem menos absorção de calor e uma estrutura mais leve, ideal para paredes internas e externas que não são estruturais. A leveza, aliás, reduz o consumo de argamassa e acelera o cronograma da obra.
Segundo a engenheira civil Renata Cavalcanti, “os tijolos cerâmicos ainda são preferidos em muitas regiões do Brasil porque conciliam praticidade e estética. Mas é preciso atenção ao uso: em áreas úmidas, por exemplo, é necessário um bom reboco e impermeabilização”.
Tijolo de concreto
Se a proposta da obra é eliminar pilares e vigas, o tijolo de concreto estrutural surge como solução robusta e eficiente. Com alta densidade e resistência mecânica, ele permite erguer paredes que, além de dividir os ambientes, sustentam a edificação. Esse modelo é bastante comum em obras comerciais, prédios baixos e muros externos.

Sua superfície lisa facilita o acabamento e, por ser produzido em moldes padronizados, o encaixe é mais preciso. Embora o custo por unidade seja maior do que o tijolo cerâmico, o ganho está na agilidade da execução e na redução da necessidade de outros elementos estruturais.
Outro derivado é o bloco de concreto vazado, que combina desempenho térmico com apelo estético. Com dimensões maiores, oferece excelente isolamento acústico e pode ser usado em garagens, paredes de contenção e áreas externas.
Tijolo ecológico
Com a crescente demanda por construções sustentáveis, o tijolo ecológico de solo-cimento se tornou uma das opções mais inteligentes e modernas do mercado. Produzido com uma mistura de solo, cimento e pouca água, esse modelo se destaca por seu sistema de encaixe tipo macho-fêmea, que dispensa o uso excessivo de argamassa.

Além de acelerar a construção, esse tipo de tijolo tem apelo visual e pode ficar aparente, sem necessidade de reboco ou pintura. Ele também é reutilizável, gerando menos resíduos e contribuindo para construções com menor impacto ambiental.
“Quando bem aplicado, o tijolo ecológico proporciona economia, beleza e conforto térmico. É uma escolha consciente que alia funcionalidade e compromisso ambiental”, aponta o arquiteto Paulo Henrique.
Tijolo refratário
Projetos que envolvem temperaturas extremas, como churrasqueiras, fornos e lareiras, pedem um material diferenciado. O tijolo refratário, fabricado com argilas especiais, foi desenvolvido para suportar o calor intenso sem sofrer deformações ou rachaduras.

Além da resistência térmica, ele atua como isolante, mantendo o calor concentrado na área desejada. Embora não seja utilizado em grandes superfícies, seu papel é crucial em áreas técnicas da obra.
Como escolher o tijolo certo para cada situação?
A escolha do tipo ideal passa por diversos critérios. Antes de comprar, é fundamental entender se a parede será apenas de vedação ou estrutural, se o ambiente é interno, externo ou sujeito à umidade, e qual o resultado estético esperado. O orçamento também deve ser levado em consideração, já que alguns modelos exigem mão de obra especializada.
A engenheira Renata reforça: “o melhor tijolo é aquele que atende ao objetivo do projeto, dentro da realidade da obra. Às vezes, compensa investir mais em um material durável do que gastar menos agora e pagar caro por reformas depois”.