Era fim de ano, o calendário já cheio, e mesmo assim surgiu uma oportunidade que não poderia ser ignorada. O convite para participar de uma ação da ONG Decor Social, em um lar de acolhimento para crianças e adolescentes, trouxe mais do que uma nova missão profissional: foi uma chance de entregar à vida um pouco de amor por meio do paisagismo.
A Decor Social é uma organização sem fins lucrativos que atua com o propósito de transformar abrigos que acolhem jovens em situação de vulnerabilidade. A ONG mobiliza arquitetos, paisagistas, designers, engenheiros e fornecedores voluntários para criar ambientes acolhedores e cheios de significado. Mais que uma intervenção estética, trata-se de um gesto coletivo que envolve afeto, empatia e arquitetura social.
O desafio de transformar áreas externas em cenários de afeto
A missão era clara: repensar a área externa de uma das casas atendidas pelo projeto. Fachadas simples, calçadas desgastadas e um quintal com pouca identidade seriam o ponto de partida para uma intervenção com propósito. O desafio foi aceito ao lado do paisagista João Jadão, e logo o plano começou a se desenhar.
Mesmo em meio à correria típica do mês de dezembro, as conexões se multiplicaram. Parceiros se engajaram, materiais foram doados e até uma campanha online de arrecadação contribuiu para viabilizar a obra. O projeto ganhou vida a várias mãos – e isso fez toda a diferença.
O antes e depois: mais que mudança visual, uma nova relação com o espaço
O pedido dos adolescentes que viviam na casa foi direto: “Queremos uma churrasqueira”. E foi justamente essa escuta ativa que guiou o projeto de forma orgânica e sensível. O novo espaço ganhou uma área gourmet com churrasqueira, mesas coletivas, bancos e uma mesa de ping-pong para os momentos de lazer. Tudo cercado por muito verde.
As fachadas e os muros foram pintados de verde-limão, cor escolhida para transmitir alegria e renovar a energia do ambiente. A composição ganhou vida com um grafite artístico, criando um ponto focal impactante e acolhedor logo na entrada. A intervenção paisagística valorizou espécies coloridas e tropicais, como Odontonema, Hamamelis, Thumbergia arbustiva, Russelias, além de frutíferas nativas, como Jabuticabeira e Grumixama, que criam conexão com a natureza e ainda proporcionam novas experiências sensoriais para os jovens.
Mais do que um novo jardim, o que se formou foi um espaço de memória e pertencimento.
O impacto do paisagismo em projetos sociais
Projetos como esse, realizados pela Decor Social, demonstram o poder da arquitetura afetiva. Cada planta escolhida, cada banco posicionado sob uma sombra, cada cor aplicada em um muro carrega a intenção de tornar aquele espaço mais humano. E, nesse processo, todos ganham.
A transformação foi coletiva. Envolveu fornecedores, amigos, voluntários, profissionais que doaram tempo, talento e criatividade. Mas o maior presente, sem dúvida, foi presenciar o brilho nos olhos das crianças ao explorarem cada cantinho do novo ambiente.

Cláudio Filla, é um entusiasta da área de arquitetura e design de interiores, formado pela Uninter como Gestor de Mídias Sociais. Por 10 anos, se empenha na criação de conteúdos interessantes, úteis e práticos. Diariamente, cria conteúdos úteis sobre tendências e dicas para a decoração de interiores e DIY, além de indicar as melhores ideias para aplicar no dia a dia.