A sala de jantar é, sem dúvida, um dos espaços mais simbólicos da casa. É onde refeições viram rituais e encontros ganham memórias, e quando bem pensada, sua decoração pode ir além do funcional: pode transformar.
Nesse cenário, o painel ripado surge como um recurso capaz de criar ambientes mais acolhedores, luminosos e até visualmente maiores — um verdadeiro aliado da estética contemporânea e da arquitetura emocional.
O que é o painel ripado e por que ele tem tanto destaque?
Versátil e atemporal, o painel ripado se destaca pela repetição ritmada de ripas verticais ou horizontais, geralmente em madeira ou MDF, que criam um jogo de sombras, profundidade e textura. Ao ser aplicado na sala de jantar, ele deixa de ser apenas um detalhe decorativo para assumir papel central na percepção espacial do ambiente.

“A organização visual provocada pelo ripado tem efeito direto na leitura de espaço. Ele alonga, direciona o olhar e pode até ‘elevar’ o pé-direito quando posicionado verticalmente”, explica o arquiteto e urbanista Marcelo Rosset, conhecido por seus projetos residenciais com soluções visuais inteligentes.
Como o painel ripado valoriza a iluminação e amplia o ambiente
A percepção de amplitude provocada pelo painel ripado é especialmente bem-vinda em apartamentos compactos ou salas de jantar com pouca entrada de luz natural. Posicionado em pontos estratégicos, como a parede de fundo da mesa ou lateral da circulação, o painel ajuda a difundir a luz com suavidade e tornar o ambiente mais agradável.

“É um recurso que dá movimento à luz. O ripado quebra a rigidez dos revestimentos planos e adiciona dinamismo sem carregar o ambiente”, destaca a designer de interiores Carolina Heringer, do Studio Heringer. O resultado é uma sensação de espaço ampliado, sem abrir mão da sofisticação.
Escolha dos materiais: madeira, cor e textura fazem a diferença
Para quem busca destacar o painel ripado, a escolha do acabamento faz toda a diferença. A madeira natural, por exemplo, traz acolhimento e combina com propostas mais clássicas e quentes. Já tons como carvalho americano ou freijó conversam bem com ambientes minimalistas e contribuem para refletir melhor a luz, o que favorece a sensação de espaço.
Em projetos modernos ou industriais, o ripado escuro ou grafite cria um contraste marcante com o restante da decoração. Isso pode ser explorado para dar profundidade à sala de jantar, especialmente quando o restante da paleta é neutra e clara.
Espelhos, iluminação embutida e integração: potencializando o efeito do ripado
Outro recurso que potencializa o efeito do painel ripado na sala de jantar é a integração com espelhos e iluminação embutida. Espelhos entre as ripas ou ao fundo ampliam a profundidade e refletem a luz de maneira sutil e elegante. Já as fitas de LED embutidas entre as ripas destacam o relevo do painel e criam um jogo de luz e sombra que valoriza ainda mais o design.

Esse tipo de integração torna o ambiente mais dinâmico e acolhedor, especialmente à noite, quando a iluminação artificial assume o protagonismo.
O painel como solução funcional
Além da função estética, o painel ripado pode ser usado de forma funcional para camuflar portas, esconder armários ou até delimitar ambientes em planta aberta. Isso é especialmente útil em apartamentos com sala de jantar integrada à cozinha ou à sala de estar.
“O ripado é um coringa. Ele pode esconder e revelar ao mesmo tempo. E isso é valioso em ambientes multifuncionais como os que temos hoje”, comenta Carolina Heringer. Essa flexibilidade é uma das razões pelas quais o painel tem se tornado um dos elementos preferidos dos profissionais de interiores.
Equilíbrio é essencial para um bom resultado
Apesar de ser altamente versátil, o uso do painel ripado exige moderação. O excesso de texturas ou a aplicação em superfícies muito próximas pode sobrecarregar a composição visual. O ideal é que o painel dialogue com o mobiliário e os demais elementos do projeto, contribuindo para a harmonia do espaço.
“O segredo está no equilíbrio. Um bom painel valoriza o ambiente sem dominá-lo, respeitando a fluidez da arquitetura e da iluminação natural”, reforça Marcelo Rosset.