O design de interiores está em constante movimento, refletindo as transformações sociais e os desejos por espaços mais autênticos e funcionais. Em 2025, veremos uma mudança significativa no que antes era popular.
As pessoas estão buscando ambientes que falem sobre quem elas são, privilegiando escolhas que priorizam conforto e originalidade. Para o arquiteto João Ribeiro, “o lar precisa traduzir o estilo de vida dos moradores, e isso significa deixar para trás tendências genéricas e abraçar o singular”.
Adeus aos excessos no minimalismo
A estética minimalista, que dominou os últimos anos, está sendo repensada. Ainda que a simplicidade continue sendo valorizada, os espaços ultrassimplificados começam a dar lugar a composições mais ricas em texturas e contrastes.
Isso não significa uma volta ao maximalismo, mas sim uma busca por equilíbrio. Segundo a designer Mariana Soares, “os ambientes agora pedem mais camadas, misturando materiais naturais e elementos visuais que tragam aconchego, sem perder a funcionalidade”.
Padrões geométricos: uma nova abordagem
Os padrões geométricos, que reinaram na última década, estão saindo de cena de forma marcante. Superfícies repetitivas e visuais saturados estão sendo substituídos por linhas mais orgânicas e fluidas, criando uma conexão maior com a natureza.
Estampas delicadas, como poás e listras reinterpretadas, oferecem um toque criativo sem dominar os espaços. Essa transformação demonstra como o design pode evoluir para atender às demandas por ambientes mais leves e convidativos.
Móveis que contam histórias
A preferência por móveis com design industrial e acabamento padronizado está em declínio. Os consumidores agora desejam peças que carreguem história e personalidade. Isso se traduz em móveis antigos restaurados, objetos artesanais e escolhas que priorizam qualidade ao invés de quantidade.
Além disso, materiais sustentáveis, como madeiras certificadas e tecidos naturais, estão ganhando destaque. Para a consultora de interiores Ana Carvalho, “investir em peças que resistem ao tempo é um ato de conexão com a nossa história e com o meio ambiente”.
Tecnologia a serviço do equilíbrio
Embora a automação residencial continue em alta, há um movimento para torná-la mais discreta e funcional. O excesso de dispositivos tecnológicos pode sobrecarregar tanto a estética quanto o uso prático dos espaços.
Assim, soluções intuitivas e integradas ao design ganham força. João Ribeiro observa que “a verdadeira inovação está em tecnologias que se adaptam às rotinas sem interferir na harmonia do ambiente”.
Cores que abraçam e acolhem
O domínio das paletas neutras, especialmente tons frios como o cinza, está dando lugar a cores mais calorosas e vibrantes. Tonalidades terrosas e variações quentes, como terracota e mostarda, trazem uma sensação de aconchego e tornam os espaços mais vivos. Essa transição reflete uma busca por ambientes que, além de bonitos, sejam emocionalmente reconfortantes.
Sustentabilidade como estilo de vida
A sustentabilidade deixa de ser apenas uma tendência e passa a ser um estilo de vida. A preferência por materiais reciclados, acabamentos duráveis e escolhas conscientes está mais forte do que nunca.
Essa mudança não é apenas sobre estética, mas sobre responsabilidade. Ana Carvalho destaca que “ao escolher peças sustentáveis, estamos também criando um impacto positivo para as próximas gerações”.
O futuro da decoração: autenticidade e propósito
Com a saída de cena de estilos genéricos e padrões repetitivos, o design de interiores caminha para um futuro onde a personalização e o propósito se destacam.
As casas se tornam verdadeiros refúgios, moldados pelas histórias e prioridades de seus moradores. E essa é a verdadeira essência do design: refletir quem somos em cada detalhe do espaço que habitamos.