O lar vem assumindo, mais do que nunca, o papel de refúgio. E, dentro desse novo olhar sobre o morar, o estilo Japandi surge como resposta ao desejo coletivo de desacelerar, viver com menos excessos e buscar equilíbrio. A mistura refinada do design escandinavo com a estética japonesa está longe de ser apenas uma tendência efêmera. Em 2025, ela se consolida como um verdadeiro manifesto de um novo modo de habitar.
Minimalista sem ser frio, o Japandi valoriza a simplicidade com alma, propondo espaços que traduzem aconchego, funcionalidade e intencionalidade. Madeira clara, linhas retas, móveis baixos e uma paleta de tons neutros dominam os ambientes, mas é a filosofia por trás desses elementos que realmente diferencia esse estilo.
Um encontro entre o wabi-sabi japonês e o hygge escandinavo
Não é por acaso que essa união estética funciona tão bem. De um lado, o Japão nos inspira com o conceito de wabi-sabi, que enxerga beleza na imperfeição, no tempo e no que é natural. Do outro, os países nórdicos trazem o hygge, uma filosofia que busca prazer nas pequenas coisas e conforto no cotidiano. O resultado é uma decoração minimalista, sim, mas repleta de significado.

Segundo a arquiteta Lívia Okada, especialista em design biofílico e interiores contemporâneos, o Japandi tem um apelo emocional muito forte. “Mais do que estética, ele representa um estilo de vida. As pessoas querem morar em casas que acolham, que façam sentido, e o Japandi entrega exatamente isso: menos ruído visual, mais presença”, explica.
Estética leve, mas com profundidade
O que chama atenção no estilo Japandi é a sua capacidade de equilibrar opostos: o rústico e o moderno, o claro e o escuro, o artesanal e o industrial. Cada escolha tem um propósito. A madeira, por exemplo, aparece em abundância, mas não apenas pelo visual natural: ela transmite calor, aconchego e conexão com o ambiente.

Texturas são muito bem-vindas nesse estilo – linho, algodão cru, cerâmica artesanal, fibras naturais – tudo o que remete à natureza e ao que é feito com as mãos. Cores como bege, cinza suave, off-white, terracota e o preto pontual ajudam a criar contrastes elegantes e calmantes ao mesmo tempo.
E embora a estética seja suave, o conceito é potente. “O Japandi ensina que viver bem não é ter mais, mas sim, escolher melhor. Ele nos convida a olhar para a casa como extensão do nosso estado emocional”, observa Carolina Fagundes, designer de interiores e professora de design sensorial.
Por que essa tendência vai crescer em 2025?
A consolidação do Japandi como tendência em 2025 não é por acaso. Em um cenário marcado pela busca por bem-estar, sustentabilidade e espaços mais inteligentes, esse estilo se mostra alinhado aos novos valores da sociedade. Ele é fácil de adaptar a diferentes metragens, combina com materiais de baixo impacto ambiental e propõe um consumo mais consciente.

Além disso, é uma tendência que conversa com a estética das redes sociais – ambientes claros, bem compostos e fotogênicos – sem perder autenticidade. Por isso, tem sido cada vez mais adotado por arquitetos e decoradores em apartamentos, casas urbanas e até espaços corporativos.
Como trazer o Japandi para sua casa?
Incorporar o Japandi em casa vai além de copiar um estilo. É preciso observar, sentir e filtrar o que realmente faz sentido para o seu cotidiano. Apostar em móveis de linhas simples, peças artesanais, paleta neutra e integração com a natureza é um bom começo. Plantas como zamioculca, jiboias, lírio-da-paz e palmeiras compactas ajudam a reforçar essa conexão com o verde.
Também vale repensar o excesso: ao invés de muitos objetos decorativos, prefira poucos, mas com valor afetivo ou funcional. E, sempre que possível, priorize materiais naturais, como madeira, palha, pedra, tecidos crus e cerâmicas feitas à mão.