Muxarabi na Decoração: O Charme que Une Tradição, Privacidade e Sustentabilidade

Uma estrutura que equilibra sombra, luz e estética com sofisticação atemporal

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Em um momento em que a arquitetura valoriza a integração entre estética e funcionalidade, o muxarabi reaparece como um símbolo de elegância sustentável. Essa treliça vazada de origem árabe, tradicionalmente confeccionada em madeira, atravessou séculos e culturas até se firmar como uma solução de destaque em projetos contemporâneos — tanto internos quanto externos.

A princípio utilizado para preservar a privacidade das mulheres nos lares muçulmanos, o muxarabi ressurgiu no Brasil como uma alternativa que proporciona sombra, ventilação cruzada, controle solar e privacidade — tudo isso sem comprometer a leveza visual e a entrada de luz natural. “É uma solução arquitetônica que atende à necessidade de conforto térmico de forma passiva, o que contribui diretamente para a eficiência energética dos ambientes”, explica a arquiteta Luiza Zaidan, especialista em design biofílico.

Do Oriente ao Brasil: uma jornada de integração

Trazido pelos portugueses no período colonial, o muxarabi encontrou solo fértil na arquitetura brasileira graças à sua versatilidade e harmonia com o clima tropical. Desde casas históricas nas cidades mineiras até projetos contemporâneos em áreas urbanas, ele se adapta a diferentes estilos, do rústico ao moderno.

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Apesar de frequentemente confundido com o cobogó, os dois elementos têm origens distintas. O muxarabi vem da cultura árabe e tem forte presença em países do Oriente Médio e do norte da África, enquanto o cobogó é uma invenção tipicamente brasileira, criada no século XX.

A principal diferença está no material: o muxarabi é tradicionalmente feito de madeira trabalhada em tramas geométricas, já o cobogó surgiu com moldes em concreto e evoluiu para cerâmica, vidro e outros materiais.

Estética funcional: privacidade e conforto sem paredes

Um dos grandes atrativos do muxarabi está na sua capacidade de proporcionar privacidade sem bloquear totalmente a visão ou o fluxo de ar. Isso permite, por exemplo, que quem está no interior do ambiente observe o exterior sem ser visto — o que o torna perfeito para painéis, divisórias, varandas e fachadas voltadas para a rua.

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Ao mesmo tempo, seu design vazado permite iluminação indireta, ventilação natural e sombreamento, evitando o excesso de calor nos ambientes.

“É uma estrutura que conversa com os princípios do conforto ambiental e ainda atua como uma peça escultural dentro do projeto”, complementa o arquiteto Bruno Simões, do escritório Arta Arquitetura.

Muxarabi nos interiores: design que emociona

Dentro de casa, o muxarabi atua como um filtro visual delicado, criando divisões sutis entre cômodos — como entre a sala e a cozinha ou o hall de entrada e o living. Painéis deslizantes, portas de correr e até cabeceiras de cama ganham charme com esse detalhe que remete ao artesanal, sem perder o refinamento.

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Além disso, o padrão repetitivo das treliças gera um efeito de luz e sombra ao longo do dia, que valoriza a estética sensorial dos ambientes. E como a estrutura pode ser feita sob medida, torna-se um recurso personalizável, capaz de se encaixar perfeitamente em móveis planejados, estantes e nichos.

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