Resumo
A exposição Azul, da artista Deli Sampaio, será inaugurada no dia 17 no Museu da FMRP, em Ribeirão Preto, com visitação gratuita a partir de 20 de outubro, de segunda a sexta, das 9h às 16h.
Com 21 obras em óleo sobre tela, a mostra destaca a produção marcada por figuras femininas enigmáticas e tons azulados, característica da artista desde sua formação na Escola Nacional de Belas Artes.
Deli Sampaio foi essencial na transição do academicismo para o modernismo na arte de Ribeirão Preto, contribuindo ativamente com o Ateliê 1104 ao lado de importantes nomes da cena local.
A curadoria é da professora Anette Hoffmann, que propõe uma leitura sensível da trajetória da artista, valorizando o simbolismo do azul e o silêncio contido de suas composições.
A exposição integra a programação cultural do simpósio sobre Miguel Rolando Covian, reforçando o papel da USP na valorização da arte e da memória cultural regional.
Na confluência entre memória, arte e introspecção, o Museu Histórico da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) inaugura nesta sexta-feira, 17 de outubro, às 19h, a exposição Azul, dedicada ao trabalho da artista Deli Sampaio, figura fundamental na cena cultural ribeirãopretana do século XX. A mostra reúne 21 pinturas em óleo sobre tela, em um mergulho sensível nas formas e tons que marcaram sua produção artística ao longo das décadas.
Aberta ao público e com entrada gratuita, a exposição poderá ser visitada de 20 de outubro a 15 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, na sede do museu, localizado na avenida Nove de Julho, 980, no centro de Ribeirão Preto. A ação integra a programação cultural paralela ao simpósio A Universidade Pensada e Vivida por Miguel Rolando Covian, que ocorrerá em 5 de novembro no campus da USP Ribeirão Preto.
Com curadoria da professora Anette Hoffmann, docente da própria FMRP, a mostra busca valorizar a obra de Adelaide Sampaio – mais conhecida como Deli –, nascida em Ribeirão Preto em 1932. Desde a infância, sua aptidão para o desenho e a pintura já indicava um percurso artístico singular. Formada pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, ela retornou à cidade natal trazendo na bagagem um estilo visual inconfundível.
Deli construiu uma linguagem plástica própria, marcada por figuras femininas estáticas, de olhares profundos e enigmáticos, envoltas por atmosferas densas e tonalidades azuladas. O azul, aliás, surge como elemento simbólico recorrente — tanto no plano da estética quanto no imaginário que evoca introspecção, silêncio e identidade.
A artista esteve no cerne da virada cultural vivida por Ribeirão Preto nos anos 1950, quando o academicismo deu lugar ao modernismo nas artes visuais. Sua atuação foi decisiva para essa transição. Em 1967, ela participou da fundação do Ateliê 1104, ao lado de nomes como Bassano Vaccarini e Francisco Amêndola. O espaço tornou-se um centro de efervescência artística, de experimentação e diálogo entre artistas e públicos da cidade.
Cada obra exposta em Azul propõe uma pausa. Ao observar os quadros, é como se o tempo abrandasse para permitir que o olhar do espectador encontre o da figura retratada. O gesto pictórico de Deli, ainda que contido, é profundamente narrativo. Em vez do grito, ela prefere o sussurro – uma força contida, mas jamais ausente.
A iniciativa da Comissão de Cultura e Extensão Universitária da FMRP reafirma o papel da universidade como agente ativo na promoção e preservação da memória artística regional. Ao reunir esse conjunto de obras, a mostra não apenas revisita uma trajetória singular, mas convida a refletir sobre o papel da arte como testemunha e transformadora da paisagem urbana e afetiva de uma cidade.
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