O que antes era considerado um hobby restrito ou uma herança de gerações, hoje se consolida como uma força crescente na economia criativa brasileira. O mercado de jardinagem, no Brasil, tem avançado a passos largos — com crescimento médio de 15% ao ano, segundo dados do setor — impulsionado pela valorização do bem-estar, da conexão com a natureza e da busca por ambientes mais saudáveis e acolhedores.
Essa expansão se reflete não apenas nos números, mas no comportamento de consumidores, arquitetos, paisagistas e amantes de decoração. Incorporar plantas à rotina — seja em um pequeno vaso na janela ou em um exuberante jardim vertical — se tornou sinônimo de estilo, saúde e qualidade de vida. E o segmento de plantas ornamentais ocupa o centro desse novo cenário verde.
“Hoje o paisagismo deixou de ser um elemento complementar e se tornou essencial na arquitetura. Ele agrega estética, função e equilíbrio emocional aos espaços”, afirma o engenheiro agrônomo Marcelo Noronha, especialista em produção vegetal ornamental.
A estética verde como valor de mercado
Não é à toa que, com o avanço da urbanização e a crescente valorização dos interiores personalizados, os brasileiros estejam investindo mais em soluções que tragam o verde para dentro de casa. Em varandas, lavabos, cozinhas e até salas de reunião, plantas ornamentais como jiboias, pacovás, palmeiras ráfis e samambaias conquistam protagonismo nos projetos residenciais e comerciais.
Para a arquiteta Isabela Vidigal, que assina projetos integrando paisagismo e interiores, “o verde tem a capacidade de humanizar os espaços. Não se trata apenas de decorar, mas de criar um refúgio sensorial, um contraponto ao concreto e à rotina acelerada das grandes cidades”.
Esse desejo por refúgios naturais impulsionou também a criação de novas empresas especializadas em manutenção de jardins, locação de plantas, montagem de vasos e curadoria botânica para ambientes fechados. A pandemia, aliás, serviu como catalisadora: com mais tempo em casa, as pessoas passaram a perceber o impacto direto que a natureza exerce no humor e no conforto doméstico.
O crescimento das plantas ornamentais e o impacto ambiental positivo
O crescimento do mercado de jardinagem também está intimamente ligado ao debate ambiental. Cada nova planta cultivada representa um microespaço de retenção de carbono, equilíbrio térmico e estímulo à biodiversidade urbana. Além disso, o uso de espécies nativas e adaptadas ao clima local tem sido cada vez mais incentivado por especialistas como prática sustentável.
Segundo Marcelo Noronha, “o avanço do setor é uma oportunidade para a agricultura urbana ganhar mais espaço. Jardins comestíveis, hortas caseiras e cultivo ornamental podem coexistir e formar uma nova lógica de cidade, mais saudável e resiliente”.
O mercado acompanha essa demanda. De pequenos viveiros familiares a grandes redes de garden centers, fornecedores apostam em novas tecnologias, substratos mais leves, soluções de irrigação automatizada e até sensores inteligentes para monitorar umidade e luz das plantas em ambientes internos.
Tendência que se firma: a jardinagem como parte da vida contemporânea
Enquanto o setor movimenta cifras bilionárias, ele também transforma lares. A jardinagem doméstica não é mais vista como um simples passatempo, mas como uma forma de autocuidado, uma linguagem de design e até um pilar da arquitetura biofílica, que propõe reconectar as pessoas à natureza por meio do espaço construído.
Com o fortalecimento do mercado de jardinagem, o Brasil assume um papel de destaque global, especialmente por sua diversidade de espécies tropicais e clima favorável ao cultivo durante todo o ano. E isso abre caminho para mais inovação, mais criatividade e — principalmente — mais verde em nosso cotidiano.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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