Poucas flores despertam tanto encantamento quanto a rosa. Símbolo de amor, beleza e elegância, ela também exige cuidados muito específicos para florescer com plenitude. Entre eles, a poda de roseira é um dos mais importantes — e o inverno, embora pareça um momento de pausa, é justamente o período mais estratégico para fazer esse trabalho com sucesso.
É nessa estação que a planta entra em dormência, concentrando energia nas raízes e facilitando o processo de regeneração. Quando podada da maneira correta, a roseira responde com brotos mais fortes e floração intensa na primavera. Mas atenção: saber como podar rosas é o que diferencia um jardim exuberante de um canteiro comprometido por erros técnicos.
Por que o inverno é ideal para podar suas roseiras?
Durante o inverno, as roseiras passam por uma espécie de “hibernação”. Esse comportamento natural reduz a atividade metabólica e cria as condições perfeitas para que os cortes cicatrizem bem e estimulem a renovação dos ramos.

Segundo o paisagista Luciano Zanardo, especialista em cultivo de plantas ornamentais, esse é o período em que as intervenções causam menos estresse à planta. “A poda feita no frio ativa a produção de brotações mais saudáveis, além de estimular a floração mais intensa no ciclo seguinte. Ela também ajuda a conter doenças que afetam os galhos antigos”, explica.
Além disso, fazer a poda nessa época permite um melhor controle da estrutura da roseira. Galhos secos, cruzados ou mal posicionados podem ser retirados com precisão, abrindo espaço para a ventilação e entrada de luz — dois fatores que reduzem significativamente o risco de fungos, pragas e o apodrecimento de ramos.
Como fazer a poda de roseira corretamente?
A poda de uma uma roseira vai muito além de cortar os galhos aleatoriamente. Ela exige técnica e conhecimento sobre a anatomia da planta, seus ciclos e seus objetivos estéticos. A poda de inverno deve priorizar o rejuvenescimento e a limpeza da roseira, focando em cortes bem direcionados, sempre feitos com ferramentas limpas e bem afiadas.

A engenheira agrônoma Livia Wirth, consultora em paisagismo e jardinagem, orienta a manter de três a cinco ramos principais por planta, com cerca de 30 a 50 centímetros de comprimento. “Os cortes devem ser feitos sempre logo acima de uma gema voltada para o exterior da planta. Assim, a brotação cresce para fora, garantindo melhor distribuição e ventilação entre os ramos”, destaca.
Outro ponto fundamental é a retirada de todos os restos vegetais do solo após a poda. Folhas secas, espinhos e galhos mortos podem acumular fungos ou larvas indesejadas. Ao manter o solo limpo e adubado, a planta se prepara para o novo ciclo com mais vigor e saúde.
Cuidados extras com o jardim durante o inverno
Enquanto a poda se encarrega de estruturar as roseiras, outros cuidados no jardim durante o inverno são igualmente importantes para garantir um bom florescimento futuro. Um deles é o manejo da irrigação. Com as temperaturas mais baixas e a evaporação reduzida, o solo tende a reter mais umidade. Isso significa que a frequência de rega deve diminuir, sempre observando a textura da terra antes de molhar novamente.
Também é importante reforçar a adubação com matéria orgânica após a poda. A adição de composto orgânico ou húmus de minhoca ajuda a nutrir o solo e acelerar a recuperação da planta. “Esse cuidado garante que, ao sair do período de dormência, a roseira tenha todos os nutrientes necessários para desenvolver hastes firmes e flores mais duráveis”, reforça Livia.
Já para quem vive em regiões de geadas ou temperaturas negativas, proteger a base da planta com uma cobertura de palha, serragem ou folhas secas pode fazer a diferença. Essa camada ajuda a conservar a temperatura do solo e protege as raízes dos extremos climáticos.