Está Regando Suas Plantas do Jeito Certo? Descubra Como Acertar na Medida da Água

Saber a hora certa de regar as plantas é essencial para mantê-las saudáveis. Aprenda a observar os sinais, ajustar a frequência e evitar os erros mais comuns na rega.

Cuidar de plantas pode parecer simples, mas basta errar na quantidade de água para ver folhas murchas, caules frágeis ou até raízes apodrecidas. Isso porque a rega é um dos fatores mais determinantes na saúde das plantas, e acertar a dose certa exige mais do que boa intenção: requer observação, sensibilidade e algum conhecimento sobre as necessidades específicas de cada espécie.

A dúvida é comum entre iniciantes e até entre os apaixonados por jardinagem. Afinal, como saber se a planta está recebendo água de menos ou demais? O segredo está em entender o comportamento das folhas, o tipo de solo e até mesmo o material do vaso onde a planta está cultivada. Cada detalhe conta para evitar excessos que afogam ou ausências que ressecam.

O equilíbrio entre hidratar e encharcar

A frequência com que se deve regar uma planta varia enormemente de acordo com sua origem, espécie e ambiente. Plantas tropicais, como a costela-de-adão e o antúrio, costumam gostar de umidade constante, especialmente nas estações mais quentes, mas nunca de solo encharcado. Já as plantas de regiões áridas, como cactos e suculentas, preferem secar completamente entre uma rega e outra.

“Se o solo estiver constantemente úmido, mesmo dias após a última rega, é provável que você esteja exagerando”, alerta o engenheiro agrônomo e paisagista Otávio Blanco, da Escola de Botânica Urbana. Segundo ele, as folhas amareladas, o cheiro de mofo e a presença de fungos são sinais clássicos de excesso de água. “Esse excesso impede a oxigenação da raiz, provocando o apodrecimento do sistema radicular”, explica.

Por outro lado, se a planta estiver com as pontas das folhas secas, marrons ou enroladas, é um indicativo claro de que ela está sofrendo com a falta de água. Nesses casos, a superfície do solo tende a estar dura e esbranquiçada, e a planta pode aparentar estar murcha, mesmo que o vaso tenha sido regado recentemente — o que pode apontar para uma drenagem inadequada.

Furos no vaso: mais importantes do que parecem

Não basta escolher um vaso bonito: é indispensável que ele ofereça boa drenagem. Vasos sem furos na base podem reter água por tempo demais, prejudicando espécies mais sensíveis. Para evitar esse erro comum, é indicado usar uma camada de drenagem no fundo do vaso, com argila expandida ou brita, antes de adicionar o substrato.

A arquiteta paisagista Melissa Moraes, da Planteiros Jardins, reforça que “a drenagem bem feita evita o surgimento de fungos e a morte das raízes por asfixia. E mais do que isso: ajuda o solo a manter uma umidade equilibrada por mais tempo”.

Borrifar ou não? Depende da planta

Outra dúvida frequente é sobre o uso do pulverizador para borrifar e umedecer as folhas. Para plantas como samambaias, marantas, palmeiras-ráfia e calatheas, a umidade no ar é quase tão importante quanto a rega no solo. Nesses casos, borrifar água uma ou duas vezes por semana, principalmente nos dias mais secos, ajuda bastante a manter o vigor das folhas.

Contudo, suculentas e cactos não se beneficiam dessa prática. Como acumulam água nas folhas, o excesso de umidade pode favorecer o surgimento de doenças fúngicas. O ideal, para essas espécies, é regar a base da planta diretamente no substrato, com cuidado para não encharcar.

O toque e o olhar como aliados

A melhor ferramenta para saber se é hora de regar continua sendo o dedo indicador. Ao tocá-lo no solo até cerca de dois centímetros de profundidade, é possível perceber se a terra ainda está úmida ou já secou o suficiente. Além disso, observar o comportamento das folhas revela muito: folhas brilhantes, firmes e eretas indicam boa hidratação, enquanto folhas opacas e murchas pedem atenção redobrada.

Outro recurso importante é observar o clima e a estação do ano. No verão, o solo seca mais rápido e a rega deve ser mais frequente. Já no inverno, as plantas entram em uma espécie de repouso e exigem bem menos água.

Atenção ao acabamento: folhas limpas respiram melhor

Mais do que regar, cuidar de uma planta envolve limpar suas folhas regularmente. A poeira acumulada impede a fotossíntese e o processo de transpiração, além de tornar o ambiente mais propício ao aparecimento de pragas.

Um pano macio e levemente úmido já é suficiente para higienizar as folhas maiores, enquanto um pincel pode ser usado para espécies mais delicadas. Esse cuidado simples, mas muitas vezes esquecido, faz toda a diferença na saúde e no visual do seu jardim.

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