Na correria do dia a dia, poucos param para pensar que um simples aparelho da cozinha pode estar desperdiçando energia e elevando a conta de luz sem que a gente perceba. Afinal, quando falamos em economia de energia na cozinha, quase sempre focamos apenas em apagar luzes ou economizar água.
Entretanto, há um eletrodoméstico que, por suas características, consome muito mais energia que os demais e que merece atenção redobrada. Entender como ele funciona e como reduzir o impacto que causa no consumo da casa pode fazer toda a diferença para o seu bolso.
O consumo invisível que você ignora
Entre os eletrodomésticos que gastam muito, a geladeira costuma ser a campeã absoluta — e não sem motivo. Ela permanece ligada 24 horas por dia e precisa manter temperaturas baixas constantemente, o que a coloca no topo da lista de consumo energético. Como explica o engenheiro elétrico Pedro Mendes, consultor em eficiência energética em São Paulo: “O que muitos não percebem é que a geladeira pode representar até 30% do consumo da casa. O uso inadequado e a falta de manutenção adequada acabam potencializando esse gasto invisível.”

Esse consumo aumenta quando a vedação da porta está gasta, quando o aparelho é muito velho e pouco eficiente ou quando ele está posicionado muito próximo a fontes de calor, como o fogão e a luz direta do sol. Todos esses fatores acabam aumentando o trabalho do compressor e, consequentemente, o consumo.
Como mudar esse cenário e economizar energia
Não precisa trocar a geladeira de imediato para ver mudanças no consumo. Há medidas simples que podem ajudar a controlar o consumo de energia da casa. Manter o aparelho a uma distância de pelo menos 15 cm da parede permite que o ar circule livremente, evitando sobrecarga do motor. Também é importante verificar regularmente a borracha da porta para garantir que o fechamento esteja perfeito — quando essa vedação falha, o ar frio escapa e o motor precisa trabalhar mais.

Além disso, ajustar a temperatura correta faz toda a diferença. Muitos ajustam o refrigerador para temperaturas mais baixas que o necessário, o que aumenta o consumo sem benefício real. Segundo a arquiteta e especialista em sustentabilidade Larissa Gomes, “a temperatura ideal para a parte do refrigerador é entre 3°C e 5°C e, para o congelador, cerca de -18°C. Isso já é suficiente para conservar alimentos e evitar excessos que impactam o consumo elétrico.”
Manter a manutenção em dia também ajuda
Outro detalhe que muitos ignoram, mas que interfere no consumo, é a limpeza das serpentinas que ficam atrás da geladeira. Quando acumulam sujeira e poeira, elas forçam o compressor a trabalhar mais. Por isso, uma boa faxina a cada seis meses contribui tanto para a economia quanto para a longevidade do aparelho.
Além disso, a substituição por um eletrodoméstico com selo Procel A pode ter um impacto positivo a longo prazo, pois os modelos mais modernos são projetados para consumir menos energia, além de terem melhor isolamento e compressor mais eficiente.
Pequenas mudanças que reduzem o consumo
Outro ponto que muitos esquecem é o próprio uso do aparelho. Abrir a porta da geladeira várias vezes seguidas e por longos períodos permite que o ar frio escape, aumentando o consumo de energia. Por isso, o ideal é planejar o que você precisa antes de abrir o refrigerador e evitar mantê-lo aberto desnecessariamente.
Ao adotar essas atitudes simples, além da manutenção correta e da escolha por modelos mais novos e econômicos, o impacto no consumo de energia da casa pode ser significativo. Dessa forma, além de economizar no fim do mês, você contribui para um consumo mais consciente e menos prejudicial ao meio ambiente.