Resumo
• O verão intensifica a atividade dos cupins, que se alimentam e se reproduzem mais rápido, tornando a prevenção essencial antes das revoadas.
• O biólogo Fabiano Soares explica as diferenças entre cupins subterrâneos e de madeira seca e como cada espécie invade a casa.
• Afastar móveis, controlar a umidade e instalar barreiras físicas reduz drasticamente o acesso dos insetos à madeira.
• Telas nas janelas evitam a entrada dos cupins de madeira seca durante as revoadas, protegendo portas, rodapés e móveis.
• Medidas simples, aplicadas antes do verão, impedem infestações silenciosas e preservam a estrutura da casa.
O verão costuma ser associado à luz natural, dias longos e um ritmo de vida mais leve. Mas, enquanto a temperatura sobe, outro fenômeno ganha força dentro das casas brasileiras: a atividade intensa dos cupins, que encontram na combinação de calor e umidade o cenário ideal para se alimentar, se multiplicar e iniciar colônias inteiras sem serem percebidos. Segundo o biólogo Fabiano Soares, a elevação térmica acelera o metabolismo desses insetos, tornando-os ainda mais vorazes e estimulando as famosas revoadas que marcam o início da estação.
Fabiano destaca que, entre as espécies mais comuns em ambientes residenciais, duas exigem atenção redobrada antes do verão. Os cupins subterrâneos, que se deslocam pelo solo e buscam frestas, rodapés e armários embutidos para alcançar madeira úmida, e os cupins de madeira seca, que chegam suspensos no ar, pousam durante as revoadas e podem se instalar mesmo onde não há muita umidade.
“É esse comportamento silencioso que torna a prevenção tão importante. Quando o morador percebe o problema, muitas vezes a estrutura já está comprometida”, explica o especialista.
A partir dessa lógica, o biólogo reforça que o cuidado antecipado é o modo mais inteligente — e econômico — de impedir que os insetos encontrem condições favoráveis dentro de casa. A seguir, as medidas essenciais para preparar o ambiente antes que o calor intenso favoreça novas colônias.
A importância de afastar móveis das paredes
Um dos primeiros cuidados é simples, mas decisivo: afastar móveis pesados das paredes. Criar um pequeno vão entre estantes, guarda-roupas e superfícies de alvenaria facilita a ventilação e evita o acúmulo de umidade, altamente atrativa para cupins subterrâneos. Além disso, esse espaço permite identificar sinais iniciais, como poeira semelhante a serragem ou pequenas perfurações na madeira.
Fabiano observa que “a inspeção visual é sempre mais eficiente quando o morador consegue observar a parte traseira dos móveis, onde os cupins tendem a começar a infestação”.
Controle de umidade
Infiltrações, vazamentos e áreas que permanecem molhadas por longos períodos tornam-se uma porta aberta para colônias inteiras. O biólogo alerta que o cupim subterrâneo depende de umidade constante para sobreviver e se deslocar, o que torna fundamental resolver goteiras, corrigir canos danificados e melhorar a ventilação de cômodos naturalmente mais úmidos, como cozinhas e lavabos.
Em muitas regiões do Brasil, principalmente no Sudeste e no Nordeste, onde o calor úmido se intensifica antes do verão, os casos de infestação aumentam justamente por falhas simples de manutenção.
Barreiras físicas
Outra indicação do especialista envolve o uso de barreiras físicas, como placas finas de PVC ou alumínio instaladas entre a parede e o rodapé. Esse tipo de revestimento cria uma camada de proteção que dificulta o acesso dos cupins à madeira, reduzindo a chance de que túneis subterrâneos ou microfrestas se tornem rotas de entrada.
Fabiano explica que, como esses insetos são persistentes na busca por brechas, “qualquer barreira que frustre o avanço inicial já diminui significativamente o risco de colonização”.
Telas contra revoadas
Para impedir a entrada dos cupins de madeira seca, especialmente durante as revoadas que antecedem o verão, instalar telas finas nas janelas é um dos recursos mais eficazes. As revoadas costumam ocorrer ao anoitecer, atraídas pela iluminação interna, e é nesse momento que muitos insetos entram sem serem notados.
Ao bloquear esse acesso, a casa deixa de oferecer o ponto inicial para a formação de novas colônias. Fabiano reforça que “evitar a entrada é sempre mais simples do que lidar com uma infestação instalada”.
Armadilha para revoadas
Durante o pico das revoadas, o biólogo recomenda uma estratégia prática: posicionar um balde com água e algumas gotas de detergente logo abaixo de uma lâmpada acesa.
A luz atrai os insetos, que caem na solução e não conseguem escapar. Essa técnica reduz rapidamente a quantidade de indivíduos dentro de casa e impede que se espalhem pelos cômodos, especialmente em ambientes com grande incidência de iluminação artificial.
Prevenir é sempre mais barato do que reparar
As medidas recomendadas por Fabiano Soares ajudam a reduzir de forma expressiva o risco de danos em portas, rodapés, vigas, estruturas de madeira e móveis sensíveis. Embora muitas pessoas só se preocupem com cupins quando identificam a presença de asas, poeira fina ou buracos na madeira, a prevenção feita antes do verão é a única forma de manter a casa segura durante o período de maior atividade desses insetos. O cuidado contínuo, reforçado nos meses quentes, evita prejuízos altos e preserva a integridade das estruturas domésticas.





