Na cozinha ou em ambientes próximos à área gourmet, é comum que o forro de gesso acabe acumulando gordura, até mesmo quando o espaço conta com coifa ou exaustor. Com o tempo, o teto pode adquirir um aspecto amarelado e pegajoso, comprometendo não só a estética, mas também a durabilidade do gesso.
Remover essa gordura, no entanto, exige mais do que boa vontade: é preciso escolher os produtos certos e saber como aplicá-los, evitando o uso de soluções agressivas que possam manchar, desbotar ou comprometer a integridade do material. E, sim, existe um caminho seguro para isso.
O que causa gordura no gesso e por que é difícil limpar
A gordura que atinge o forro geralmente sobe na forma de vapores oleosos durante o preparo dos alimentos. Esses vapores se acumulam lentamente no gesso, formando uma camada fina mas aderente que, quando misturada à poeira do ambiente, vira uma crosta difícil de ser retirada com simples pano úmido.
Segundo a engenheira civil e especialista em revestimentos Letícia Andrade, “o gesso é um material poroso, e por isso ele absorve com facilidade partículas de gordura, o que pode causar manchas amareladas e até bolor se não houver ventilação adequada no ambiente”.
Além disso, a própria textura do gesso — especialmente em sancas abertas ou com detalhes trabalhados — dificulta a limpeza, pois o acúmulo se infiltra em áreas irregulares, exigindo cuidado redobrado na hora de limpar.
Como limpar gordura do forro de gesso com segurança
A primeira regra para quem quer remover gordura do forro de gesso sem danificá-lo é evitar produtos abrasivos. Alvejantes, água sanitária ou qualquer tipo de solvente forte podem manchar permanentemente o teto, além de comprometer a pintura e a resistência da placa.
A melhor estratégia, de acordo com o arquiteto Ricardo Barros, é iniciar com uma solução neutra. “O ideal é começar com uma mistura de água morna e detergente neutro, aplicando suavemente com pano de microfibra ou esponja macia, sem encharcar a superfície”, ensina o especialista. Isso porque o gesso não tolera excesso de umidade — e o pano deve sempre estar apenas úmido, nunca molhado.
Nos casos em que a gordura está impregnada há muito tempo, pode-se reforçar a solução com um pouco de vinagre branco, desde que a aplicação seja leve e pontual. O vinagre, por ser levemente ácido, ajuda a quebrar a gordura sem agredir o gesso, mas seu uso deve ser sempre diluído em água, em proporções de pelo menos 1 para 4.
Secagem e prevenção: parte essencial do processo
Após a limpeza, a secagem adequada é essencial. Use um pano seco e macio para remover o excesso de umidade imediatamente após a aplicação da solução de limpeza. Isso evita que o gesso absorva mais água e cria um acabamento mais uniforme, livre de manchas.
Para evitar que a gordura volte a se acumular com frequência, algumas medidas preventivas podem fazer toda a diferença. Instalar uma coifa potente, manter as janelas abertas durante o preparo de alimentos e fazer limpezas periódicas são cuidados que ajudam a manter o forro sempre bonito e protegido.
“Quando o gesso é limpo com regularidade e o ambiente tem boa ventilação, o acúmulo de gordura tende a ser muito menor, o que prolonga a vida útil do material e reduz o risco de manchas irreversíveis”, explica Letícia Andrade.
Quando é hora de repintar ou restaurar o forro
Se, mesmo após a limpeza, o teto continuar amarelado ou apresentar manchas persistentes, talvez seja o momento de considerar uma repintura. Nesse caso, é indispensável usar tinta própria para gesso, que permita a transpiração do material e evite o surgimento de bolhas ou descascamento.
Em casos mais avançados de infiltração ou danos, pode ser necessária a raspagem do gesso e a aplicação de massa reparadora antes da nova pintura. O processo deve ser feito por profissionais especializados para garantir a uniformidade do acabamento e a integridade da estrutura do forro.