Banheiros estão entre os espaços que mais rapidamente demonstram os efeitos do tempo — seja no desgaste dos revestimentos e metais, seja na estética que já não dialoga com o estilo atual dos moradores. Mas renovar o ambiente não significa, necessariamente, quebrar tudo e enfrentar uma grande reforma. Segundo a arquiteta Janaina Casagrande, há muitas maneiras de transformar o banheiro com intervenções fáceis de executar e sem quebra-quebra.
De acordo com ela, a pintura de azulejos é uma solução bastante utilizada quando feita com os produtos corretos, como tintas epóxi ou esmaltes à base de solvente, que aderem bem às áreas úmidas. “O acabamento, seja fosco ou brilhante, pode dar um ar moderno e charmoso ao banheiro, sem aquela aparência de improviso”, explica a arquiteta.

Outra alternativa para renovar as paredes é a aplicação de artes sobre os azulejos, que pode ser através de uma pintura artística feita diretamente na parede ou adesivação vinílica.

Para quem não dispensa os revestimentos cerâmicos, uma prática que tem ganhado espaço é a de aplicar os azulejos novos sobre os antigos, como já é comumente realizado em pisos. Segundo a arquiteta, a alternativa é viável desde que o revestimento antigo esteja firme e nivelado.
“Essa técnica evita o quebra-quebra e a sujeira da demolição, além de acelerar a obra. Mas é importante avaliar questões como o peso extra e escolher a argamassa adequada para esse tipo de aplicação”, destaca.

A profissional alerta, no entanto, que isso foi possível pelo fato do ambiente ser seco e bem ventilado, condições necessárias para se utilizar o material natural, mesmo que tratado. Em áreas úmidas e molhadas, como banheiros com chuveiros, o recomendado, segundo ela, é optar por porcelanatos ou materiais como o PVC ou vinílicos, que trazem a estética amadeirada com a resistência que o banheiro exige.
É hora de trocar os metais?
Além do revestimento, a atualização dos metais contribui para dar cara nova aos banheiros. Mas a valorização estética não é o único fator que deve ser levado em consideração para realizar a substituição das peças. Janaina explica que sinais de corrosão, vazamentos ou dificuldade na regulagem de temperatura e vazão já são alertas de que os metais precisam ser substituídos.
“A troca por peças mais modernas pode trazer não só um visual mais atual, mas também melhor desempenho, especialmente em imóveis antigos, nos quais os metais já não são mais tão funcionais”, argumenta.

Antes de investir em uma nova torneira, todavia, é fundamental verificar o tipo de instalação (de parede ou de bancada), além da compatibilidade com os registros existentes. “Se o registro for antigo, vale aproveitar a reforma para atualizá-lo também, evitando que uma peça nova conviva com uma estrutura já desgastada”, acrescenta.
Quanto aos acessórios, como suportes de toalhas e porta-objetos, a arquiteta recomenda atenção especial aos modelos que usam fita dupla face. Segundo ela, eles funcionam bem em banheiros secos ou pouco utilizados. Já em ambientes mais úmidos, o ideal é optar por fixações tradicionais, com buchas e parafusos, garantindo maior durabilidade e segurança.
“Eu gosto muito dos metais [e acessórios] coloridos, pois eles trazem personalidade ao ambiente. Mas, ao mesmo tempo, eles precisam conversar com o restante da paleta e do estilo do banheiro. A minha dica é evitar a mistura de muitas cores e preferir tons como preto, cobre, dourado com acabamento escovado ou branco, que são mais fáceis de harmonizar”, complementa Janaina.

A necessidade de substituição do box depende da estrutura existente e das condições do piso, dos trilhos e da vedação, além da verificação de eventuais infiltrações.
Já as bancadas, especialmente as de mármore ou granito, podem ser restauradas com produtos específicos e mão de obra especializada. “Mas nem sempre compensa. Em alguns casos, a substituição garante melhor resultado estético e custo-benefício”, destaca a arquiteta. Janaina lembra que até mesmo a troca da cuba embutida por uma de apoio — ou vice-versa — é viável, desde que haja espaço suficiente na bancada e os pontos hidráulicos permitam.
No que se refere à bacia sanitária, a substituição é recomendada nos casos em que a peça apresente vazamentos, rachaduras ou consumo excessivo. “Muitas bacias novas têm tecnologias de economia de água, design mais slim e funcionalidades modernas, então vale considerar a troca também por atualização e conforto”, finaliza.
Sobre Janaina Casagrande
Apaixonada por arquitetura, desde 2011 Janaina Casagrande se dedica ao desenvolvimento de projetos que denotam sua busca incessante pela inovação e excelência. Em sua jornada acadêmica, também se formou em Design de Interiores e enriqueceu seus conhecimentos com a especialização em Neuroarquitetura, que permite desenvolver ambientes que envolvem o bem-estar e a produtividade e, no segmento de luxo, que compõem as referências que norteiam sua atuação profissional.
Ao entender que cada cliente é único, a profissional preza pela transparência na comunicação como meio de superar as expectativas e incentiva a presença do design biofílico para resgatar a conexão do ser humano com a natureza.
Janaina Casagrande | Arquitetura e Interiores
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