O teto de gesso se tornou um dos recursos mais valorizados nos projetos de decoração de interiores e arquitetura residencial, não apenas por seu apelo visual, mas também pela sua versatilidade. Além de esconder imperfeições e embutir iluminação, o gesso contribui para o conforto térmico e acústico dos ambientes, proporcionando um acabamento limpo e sofisticado. Mas afinal, como fazer um teto de gesso com resultado profissional?
A instalação exige planejamento, conhecimento técnico e escolha dos materiais corretos. Por isso, entender o processo — do preparo ao acabamento — é essencial para quem deseja se aventurar na obra ou acompanhar de perto o trabalho de um profissional. E, ao contrário do que muitos imaginam, existem diferentes sistemas de instalação, sendo os mais comuns o forro de gesso convencional (maciço) e o forro de drywall (placas acartonadas). Ambos têm vantagens e exigências específicas, e a escolha dependerá do projeto, do orçamento e do tipo de uso do espaço.
Por que optar pelo teto de gesso?
Mais do que um acabamento bonito, o teto de gesso permite soluções criativas para embutir iluminação, disfarçar vigas e até corrigir desníveis estruturais. Segundo o arquiteto Bruno Salgueiro, do estúdio B|S Arquitetura, “o gesso é um excelente aliado para quem busca transformar o ambiente com um investimento acessível e impacto visual marcante. Ele permite brincar com níveis, recortes, sancas e iluminação indireta”.
Outro fator positivo é a rapidez da instalação. Em geral, um forro de drywall, por exemplo, pode ser montado em poucas horas, especialmente em cômodos pequenos. Já o gesso liso, que é moldado in loco, requer mais tempo para secagem e acabamento, mas proporciona uma superfície contínua, sem emendas visíveis.
O custo-benefício também é um atrativo. A instalação costuma ser mais barata que alternativas como painéis de madeira ou PVC, e o resultado final agrega valor ao imóvel. Além disso, o gesso oferece bom desempenho acústico, sobretudo quando combinado com lã de rocha ou lã de vidro na estrutura interna.
Etapas para fazer um teto de gesso perfeito
O primeiro passo para instalar o teto de gesso é avaliar a estrutura do ambiente. Tetos muito altos, com vigas expostas ou tubulações aparentes, são candidatos ideais para receber um rebaixamento de gesso. A estrutura metálica (perfis de aço galvanizado) é fixada na laje com pendurais e tirantes. Nessa base serão aplicadas as chapas (drywall) ou será feita a moldagem (no caso do gesso tradicional).
Para a designer de interiores Lívia Fernandes, é crucial que o projeto de iluminação seja definido antes da instalação. “O gesso permite embutir spots, trilhos e fitas de LED com elegância. Por isso, o layout da iluminação deve ser planejado em conjunto com o forro, evitando retrabalho e furos posteriores”, orienta.
Depois de instalada a estrutura e concluída a aplicação do material, entra a fase de acabamento. Aqui, entram o lixamento, pintura e eventuais detalhes decorativos, como sancas abertas ou fechadas. É importante garantir um alinhamento perfeito e nivelamento uniforme, especialmente nas emendas. Uma massa específica para gesso é aplicada nas juntas, garantindo um visual limpo e contínuo.
Cuidados essenciais para garantir durabilidade
Apesar de parecer simples, o gesso exige cuidados no manuseio e na manutenção. Como é um material sensível à umidade, o uso em áreas molhadas (como cozinhas e banheiros) deve considerar a aplicação de chapas resistentes à água (RU) no caso do drywall, ou o uso de impermeabilizantes apropriados no gesso comum.
Além disso, é recomendável evitar o uso de pregos ou parafusos diretamente no gesso após a finalização. Para instalar luminárias, cortinas ou prateleiras, o ideal é fixar esses itens na estrutura metálica ou prever pontos reforçados durante a montagem.
Outro ponto de atenção é a pintura. O gesso deve estar completamente seco e lixado antes de receber tinta acrílica ou PVA. Também é possível aplicar fundo preparador para garantir melhor aderência e durabilidade da cor.
O gesso como parte do projeto de interiores
Ao contrário de muitos acabamentos que são pensados apenas no fim da obra, o gesso deve estar integrado desde o início ao projeto de decoração de interiores. Ele pode criar efeitos de luz e sombra, dividir ambientes com elegância e até destacar áreas específicas, como o hall, a sala de jantar ou a cabeceira da cama.
A tendência atual é o uso de teto de gesso rebaixado com iluminação embutida, criando atmosferas mais intimistas e sofisticadas. Mas também há quem opte por sancas modernas e molduras discretas, que apenas contornam o teto e dão uma aparência mais clássica ao espaço.
Segundo Bruno, “o segredo de um bom projeto com gesso está no equilíbrio. Excesso de recortes e sancas pode poluir visualmente o ambiente. Já o uso inteligente de nichos e luz indireta pode valorizar qualquer cômodo com sofisticação.”