O teto de gesso se tornou um dos recursos mais valorizados nos projetos de decoração de interiores e arquitetura residencial, não apenas por seu apelo visual, mas também pela sua versatilidade. Além de esconder imperfeições e embutir iluminação, o gesso contribui para o conforto térmico e acústico dos ambientes, proporcionando um acabamento limpo e sofisticado. Mas afinal, como fazer um teto de gesso com resultado profissional?
A instalação exige planejamento, conhecimento técnico e escolha dos materiais corretos. Por isso, entender o processo — do preparo ao acabamento — é essencial para quem deseja se aventurar na obra ou acompanhar de perto o trabalho de um profissional. E, ao contrário do que muitos imaginam, existem diferentes sistemas de instalação, sendo os mais comuns o forro de gesso convencional (maciço) e o forro de drywall (placas acartonadas). Ambos têm vantagens e exigências específicas, e a escolha dependerá do projeto, do orçamento e do tipo de uso do espaço.
⚠️ Aviso técnico e de segurança
As instruções apresentadas neste artigo têm caráter informativo e orientativo. A execução de teto de gesso exige atenção especial ao uso de materiais adequados, compatibilidade com estrutura existente, preparação correta, e condições ambientais (umidade, carga). Sempre siga as recomendações dos fabricantes de perfis, chapas e massas, e utilize ferramentas corretas. Para projetos complexos (tetos altos, ambientes com umidade, iluminação embutida, estruturas irregulares) ou dúvidas técnicas, consulte um profissional de arquitetura, engenharia ou empresa de gesso especializada.
Por que optar pelo teto de gesso?
Mais do que um acabamento bonito, o teto de gesso permite soluções criativas para embutir iluminação, disfarçar vigas e até corrigir desníveis estruturais. Segundo o arquiteto Bruno Salgueiro, do estúdio B|S Arquitetura, “o gesso é um excelente aliado para quem busca transformar o ambiente com um investimento acessível e impacto visual marcante. Ele permite brincar com níveis, recortes, sancas e iluminação indireta”.

Outro fator positivo é a rapidez da instalação. Em geral, um forro de drywall, por exemplo, pode ser montado em poucas horas, especialmente em cômodos pequenos. Já o gesso liso, que é moldado in loco, requer mais tempo para secagem e acabamento, mas proporciona uma superfície contínua, sem emendas visíveis.
O custo-benefício também é um atrativo. A instalação costuma ser mais barata que alternativas como painéis de madeira ou PVC, e o resultado final agrega valor ao imóvel. Além disso, o gesso oferece bom desempenho acústico, sobretudo quando combinado com lã de rocha ou lã de vidro na estrutura interna.
Etapas para fazer um teto de gesso perfeito
O primeiro passo para instalar o teto de gesso é avaliar a estrutura do ambiente. Tetos muito altos, com vigas expostas ou tubulações aparentes, são candidatos ideais para receber um rebaixamento de gesso. A estrutura metálica (perfis de aço galvanizado) é fixada na laje com pendurais e tirantes. Nessa base serão aplicadas as chapas (drywall) ou será feita a moldagem (no caso do gesso tradicional).
Para a designer de interiores Lívia Fernandes, é crucial que o projeto de iluminação seja definido antes da instalação. “O gesso permite embutir spots, trilhos e fitas de LED com elegância. Por isso, o layout da iluminação deve ser planejado em conjunto com o forro, evitando retrabalho e furos posteriores”, orienta.
Depois de instalada a estrutura e concluída a aplicação do material, entra a fase de acabamento. Aqui, entram o lixamento, pintura e eventuais detalhes decorativos, como sancas abertas ou fechadas. É importante garantir um alinhamento perfeito e nivelamento uniforme, especialmente nas emendas. Uma massa específica para gesso é aplicada nas juntas, garantindo um visual limpo e contínuo.
Cuidados essenciais para garantir durabilidade
Apesar de parecer simples, o gesso exige cuidados no manuseio e na manutenção. Como é um material sensível à umidade, o uso em áreas molhadas (como cozinhas e banheiros) deve considerar a aplicação de chapas resistentes à água (RU) no caso do drywall, ou o uso de impermeabilizantes apropriados no gesso comum.

Além disso, é recomendável evitar o uso de pregos ou parafusos diretamente no gesso após a finalização. Para instalar luminárias, cortinas ou prateleiras, o ideal é fixar esses itens na estrutura metálica ou prever pontos reforçados durante a montagem.
Outro ponto de atenção é a pintura. O gesso deve estar completamente seco e lixado antes de receber tinta acrílica ou PVA. Também é possível aplicar fundo preparador para garantir melhor aderência e durabilidade da cor.
O gesso como parte do projeto de interiores
Ao contrário de muitos acabamentos que são pensados apenas no fim da obra, o gesso deve estar integrado desde o início ao projeto de decoração de interiores. Ele pode criar efeitos de luz e sombra, dividir ambientes com elegância e até destacar áreas específicas, como o hall, a sala de jantar ou a cabeceira da cama.
A tendência atual é o uso de teto de gesso rebaixado com iluminação embutida, criando atmosferas mais intimistas e sofisticadas. Mas também há quem opte por sancas modernas e molduras discretas, que apenas contornam o teto e dão uma aparência mais clássica ao espaço.
Segundo Bruno, “o segredo de um bom projeto com gesso está no equilíbrio. Excesso de recortes e sancas pode poluir visualmente o ambiente. Já o uso inteligente de nichos e luz indireta pode valorizar qualquer cômodo com sofisticação.”