À primeira vista, a corriola-das-sebes pode até parecer uma adição charmosa ao jardim, com seu visual delicado e crescimento exuberante. No entanto, por trás dessa aparência inofensiva, esconde-se uma das plantas trepadeiras mais invasoras encontradas em quintais brasileiros. Seu desenvolvimento é rápido, sua adaptabilidade é alta e, quando não controlada, ela tem o potencial de sufocar as espécies vizinhas, cobrindo cercas, muros e até árvores de pequeno porte.
Essa planta, que também é conhecida popularmente como corda-de-viola ou ipomeia-selvagem, pertence ao gênero Ipomoea, o mesmo da famosa ipoméia ornamental, mas com comportamento muito mais agressivo. “É uma planta que rapidamente toma áreas inteiras, se aproveitando de locais com pouca cobertura vegetal e solos férteis para dominar o ambiente”, explica o paisagista Luciano Zanardo, especialista em jardinagem ecológica e controle biológico de espécies.
Como identificar a corriola-das-sebes
Reconhecer essa trepadeira no jardim é fundamental para agir rapidamente. A corriola-das-sebes apresenta folhas em forma de coração, textura suave e hastes finas, que se enrolam facilmente em outras plantas e estruturas. Suas flores, geralmente em tons de lilás ou arroxeado, surgem em forma de funil, lembrando espécies ornamentais – o que confunde muitos jardineiros iniciantes.

Ela germina com facilidade em solos úmidos, cresce mesmo sob sombra parcial e se adapta a diversos tipos de clima. Por esse motivo, está presente em diferentes regiões do Brasil, especialmente em áreas urbanas e jardins residenciais.
Por que ela é considerada uma planta invasora?
Apesar de sua aparência delicada, o comportamento da corriola-das-sebes é altamente competitivo. Ao se enrolar em plantas vizinhas, ela impede que outras espécies recebam luz solar suficiente, além de dificultar a circulação do ar entre as folhagens – o que favorece o surgimento de pragas e fungos. Além disso, sua presença aumenta a competição por nutrientes no solo, o que prejudica o crescimento de plantas mais frágeis.
Segundo a bióloga Renata Munhoz, especialista em botânica aplicada, “o grande problema dessa trepadeira está na velocidade com que ela se propaga. Mesmo quando arrancada manualmente, pequenos fragmentos de raiz podem dar origem a novas mudas, o que torna o controle um desafio constante.”
Estratégias eficazes para controle e remoção
Eliminar a corriola-das-sebes exige persistência e técnica. O primeiro passo é a remoção manual completa, que deve ser feita cuidadosamente, preferencialmente com o solo úmido, para que as raízes saiam inteiras. Vale destacar que qualquer parte da planta deixada no solo pode gerar uma nova infestação.

Em casos mais avançados, a recomendação de especialistas é combinar essa prática com o uso de barreiras físicas e coberturas de solo, como mantas de controle de ervas daninhas, que impedem que novas sementes germinem. Evite revirar o solo frequentemente, pois isso pode trazer sementes antigas à superfície e reativar o ciclo de crescimento da invasora.
O uso de herbicidas seletivos pode ser uma alternativa, mas deve ser feito com muito cuidado, preferencialmente com orientação profissional, para não afetar outras espécies do jardim. “É importante garantir que o produto seja aplicado apenas nas folhas da trepadeira e em dias sem vento ou chuva, para evitar contaminação do solo e das plantas próximas”, alerta Renata Munhoz.
Prevenção: o melhor aliado do seu paisagismo
Mais do que lidar com a infestação, o segredo está na prevenção. Jardins bem cuidados, com espaços preenchidos por espécies ornamentais saudáveis e diversificadas, tornam-se menos suscetíveis à entrada de plantas invasoras. Manter o solo coberto com matéria orgânica, como cascas, palha ou folhas secas, reduz a exposição e o surgimento de sementes oportunistas como a da corriola-das-sebes.
O monitoramento frequente do jardim também é essencial. Qualquer sinal de trepadeira em crescimento deve ser imediatamente removido antes que a planta se estabeleça e comece a se alastrar.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
E-mail: [email protected]