Em meio ao inverno, quando as temperaturas caem e os dias são mais curtos, até as plantas mais resistentes precisam de atenção especial. É o caso da zamioculca, uma espécie admirada por sua aparência escultural, folhas brilhantes e impressionante capacidade de sobreviver em ambientes internos com pouca luz. Ainda que ela seja considerada uma planta de baixa manutenção, o frio exige alguns ajustes essenciais para que ela continue exuberante e saudável.
Dentro de casa, a zamioculca no inverno pode até parecer inabalável, mas seus ritmos biológicos mudam. O crescimento desacelera, o solo retém mais umidade e o risco de doenças aumenta se os cuidados não forem adaptados. Portanto, se você deseja manter essa planta intacta durante toda a estação, é importante entender o que ela precisa para atravessar esse período com vigor.
Entendendo o comportamento da zamioculca na estação fria
Durante os meses mais gelados do ano, a zamioculca entra em um tipo de dormência natural. Isso significa que ela reduz sua atividade metabólica e praticamente suspende o crescimento. Essa pausa é uma forma de economizar energia diante das condições menos favoráveis do ambiente.

Segundo o biólogo e especialista em plantas ornamentais Luiz Carlos Sartori, é comum que os donos fiquem preocupados ao ver que a planta não está emitindo novas folhas no inverno. “A falta de brotação nessa época é normal. O importante é não tentar forçar o desenvolvimento com adubação excessiva, pois isso pode prejudicar mais do que ajudar”, explica.
Além disso, a iluminação natural tende a ser mais fraca, e muitas casas mantêm janelas fechadas, o que interfere diretamente na fotossíntese da planta. Isso exige uma atenção maior ao local onde ela está posicionada.
Iluminação e temperatura: os aliados silenciosos
Mesmo sendo uma planta de sombra, a zamioculca precisa de iluminação indireta abundante para manter o vigor das folhas. No inverno, vale reposicioná-la para locais mais claros, como perto de janelas voltadas para o norte ou para o leste, onde a luz é mais suave e constante. Mas o cuidado não para por aí. Ambientes com ar muito frio ou com correntes de vento são prejudiciais.

A arquiteta paisagista Luciana Moraes, que atua há mais de 15 anos com projetos de interiores com vegetação, recomenda evitar locais próximos a janelas que permanecem abertas ou ao lado de portas de entrada. “O ideal é manter a zamioculca em ambientes internos com temperatura estável, entre 18 °C e 25 °C. Correntes de ar gelado podem provocar o amarelamento das folhas e até a queda dos pecíolos”, alerta.
A rega no inverno: menos é mais
Se há um erro comum no cuidado da zamioculca no inverno, é o excesso de água. Por ter rizomas subterrâneos que armazenam umidade, a planta tolera longos períodos de seca e sofre mais com o encharcamento do que com a falta de rega.
Durante os meses frios, o solo demora mais a secar. Portanto, a frequência de rega deve ser drasticamente reduzida. Em geral, uma rega a cada 10 a 15 dias é suficiente, mas o toque no substrato continua sendo a melhor ferramenta para decidir. Se a terra ainda estiver úmida, espere mais.
Luciana reforça que o vaso precisa ter boa drenagem. “Muita gente usa cachepôs sem furo direto no chão, o que acumula água no fundo e favorece fungos. Usar um vaso com furos e uma camada de argila expandida é essencial para manter o substrato arejado e saudável”, afirma.
Cuidados extras para manter a planta bonita até a primavera
Além da rega controlada e da atenção com a luz, vale observar se as folhas estão acumulando pó, o que reduz a absorção de luz e pode prejudicar a planta a longo prazo. A limpeza com um pano úmido ajuda a mantê-la vistosa e funcional.
Outro ponto importante é evitar a adubação durante o inverno. Como a planta está em repouso, os nutrientes não são absorvidos adequadamente e podem até “queimar” as raízes. Deixe para adubar apenas no início da primavera, quando a zamioculca voltar a emitir novas folhas.
Por fim, se você precisar replantá-la ou fazer podas mais severas, aguarde até o final do inverno. Como Luiz Carlos Sartori explica, “mudanças drásticas em períodos de dormência tendem a enfraquecer a planta e expô-la a doenças”. Por isso, o ideal é fazer apenas manutenções leves, como retirar folhas secas ou amareladas com tesoura esterilizada.