Em um cenário global cada vez mais consciente da necessidade de práticas sustentáveis, a construção civil busca incessantemente por soluções que conciliem sustentabilidade e eficiência. Nesse contexto, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) alcançaram um marco significativo ao desenvolverem uma fórmula inovadora para o cimento geopolimérico.
Este novo material não apenas se destaca por sua resistência superior, mas também pelo seu potencial de reduzir drasticamente as emissões de carbono, representando um avanço crucial na luta contra as mudanças climáticas.
Uma Alternativa Sustentável e Eficiente
O cimento geopolimérico criado pela equipe do Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil da UFC é composto por mais de 90% de resíduos industriais, como as escórias de aciaria, subproduto da produção de aço, e cinzas volantes, restos da queima de carvão em centrais termoelétricas.
“Transformar resíduos considerados inservíveis em materiais de alto valor agregado não apenas reduz o impacto ambiental, mas também oferece uma solução econômica viável para a indústria da construção”, explica o Prof. Lucas Babadopulos, principal responsável pela patente do invento.
Impacto Ambiental e Econômico
Atualmente, a indústria do cimento tradicional, o Portland, é uma das grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, contribuindo com cerca de 5% das emissões globais. No entanto, o cimento geopolimérico surge como uma alternativa promissora, com a capacidade de reduzir essas emissões em até 75%, sem comprometer a qualidade do material final.
“A sustentabilidade na construção civil não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. Nosso cimento geopolimérico demonstra que é possível alinhar eficiência e respeito ao meio ambiente”, ressalta a arquiteta e pesquisadora Ana Paula Silva, destacando os benefícios econômicos da produção a partir de resíduos de baixo custo.
Inovação e Escalabilidade
O projeto, que contou com a colaboração dos pesquisadores Antonio Eduardo Bezerra Cabral, Heloina Nogueira da Costa, Daniel Lira Lopes Targino, Manoel Adrielton Macedo Moreira e Lucas Benício Rodrigues Araújo, destaca-se como uma solução prática e sustentável para a construção civil. “Com a escalabilidade da produção industrial, acreditamos que o cimento geopolimérico se tornará uma alternativa viável e amplamente adotada, impulsionando um futuro mais verde e sustentável na construção”, afirma Lucas Babadopulos.