A ilha da cozinha se tornou um verdadeiro ponto de encontro nas casas contemporâneas. Mais do que um apoio para preparo de refeições, ela virou espaço de convivência, café da manhã em família, home office improvisado ou até mesa de jantar informal. E para que toda essa funcionalidade seja aproveitada com elegância e conforto, as banquetas ganham protagonismo na composição do ambiente.
Escolher a banqueta certa para a ilha é muito mais do que pensar na estética: trata-se de encontrar o equilíbrio entre ergonomia, proporção, altura e estilo. A escolha errada pode comprometer tanto o uso quanto a harmonia visual da cozinha. Já o modelo certo potencializa o décor e valoriza ainda mais o projeto de interiores.

Segundo a arquiteta Bruna Caldat, o primeiro ponto é respeitar a altura do balcão. “As medidas-padrão ajudam, mas é sempre fundamental medir a altura da bancada para garantir que a pessoa sentada fique confortável, com pés apoiados e cotovelos na altura adequada”, explica. Para bancadas de altura padrão (em torno de 90 cm), o ideal são banquetas com assento entre 65 e 70 cm. Em bancadas mais altas, o recomendado sobe para cerca de 75 a 80 cm.
Versatilidade que se adapta a todos os estilos
Outro aspecto que transforma as banquetas da ilha em protagonistas do espaço é a variedade de modelos disponíveis no mercado: com encosto ou sem, giratórias, estofadas, em madeira, metal, acrílico ou tecido. Essa diversidade permite que elas dialoguem com diferentes estilos — do industrial ao escandinavo, passando pelo moderno, rústico, minimalista ou retrô.

Na visão do designer de interiores Rafael Miranda, as banquetas devem refletir o estilo do morador, mas também a paleta e os materiais predominantes no espaço. “Quando temos uma ilha de pedra natural ou porcelanato com veios marcantes, banquetas de desenho mais simples, com linhas limpas, ajudam a equilibrar a cena. Já em cozinhas neutras, vale ousar com texturas, tramas, cores e acabamentos nos assentos”, sugere.

Aliás, o uso de materiais naturais como madeira, couro e tecidos de trama rústica tem crescido como forma de adicionar aconchego a cozinhas contemporâneas, especialmente quando elas se integram com a sala de estar. Em contrapartida, o metal preto ou o aço escovado continua em alta para compor projetos industriais e minimalistas, que valorizam o contraste entre estrutura e função.
Planejamento e proporção: a base do bom resultado
Uma dúvida comum na hora de escolher banquetas para a ilha é: quantas colocar? A resposta depende do tamanho útil da bancada e da largura de cada assento. Como regra geral, cada banqueta precisa de 60 cm de largura livre, considerando o espaço para movimento dos braços e conforto entre os usuários. Assim, uma ilha com 180 cm acomoda três assentos com folga.

Mas é importante observar também a circulação ao redor da ilha. Deixar pelo menos 90 cm livres atrás das banquetas garante o vai e vem confortável, mesmo quando estão ocupadas.
Além da quantidade, outro ponto essencial é pensar no uso diário: há famílias que utilizam a ilha para refeições rápidas, outras a transformam em verdadeiro espaço gourmet para receber amigos. O modelo da banqueta deve acompanhar esse uso. As com encosto e apoio para os pés oferecem mais conforto para uso prolongado, enquanto versões compactas e sem encosto funcionam bem em ambientes com pouco espaço e uso eventual.
Banquetas como peças de design na decoração
Muito além da função, as banquetas se tornaram peças-chave no design de interiores. Em muitos projetos, elas funcionam como ponto de cor, textura ou contraste na composição da cozinha. Cores vivas, tramas naturais e design assinado transformam o elemento funcional em um detalhe de personalidade.

Modelos em palhinha, couro ecológico e tecidos impermeáveis têm ganhado espaço por sua praticidade e visual acolhedor. Já para projetos mais ousados, banquetas com linhas esculturais ou em materiais inesperados — como acrílico transparente ou concreto — ajudam a destacar o espaço da ilha com identidade.
“O segredo está em tratar as banquetas como parte do décor, não apenas como apoio. Elas podem fazer a conexão entre a cozinha e os demais ambientes da casa, especialmente em planta aberta”, destaca o designer Rafael Miranda.





