Nos edifícios novos, é muito comum se deparar, na área de serviço, com a estrutura deixada pela construtora para a instalação do aquecedor de água que abastecerá o chuveiro e as torneiras do apartamento. Nos dias mais frios, ele é um grande aliado para o bem-estar de usufruir de banhos quentes e de não se deparar com a água com baixa temperatura nas atividades diárias.
O arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, destaca a relevância de analisar os critérios antes da compra do equipamento: a busca por marca ou preço deve acontecer depois do entendimento sobre a vazão necessária para o projeto, o tipo de gás e o número de pontos de água quente que poderão ser acionamentos concomitantemente. “Entender esses fatores é essencial para não conviver com problemas e precisar trocar o modelo em um futuro próximo”, avalia.
Tipos de aquecedores de água
De acordo com o profissional, o mercado dispõe de diversos tipos de aquecedores, cada um com características específicas, e a decisão da tipologia depende do tipo de imóvel, da disponibilidade de energia – gás ou solar –, o consumo estimado e o orçamento disponível.
Em apartamentos, o modelo a gás, seja natural ou GLP, é comumente empregado em duas versões: de passagem, mais compacto e com aquecimento instantâneo ou o de acumulação, com boiler. Já o solar emprega placas que captam a energia do sol e a armazena em um boiler térmico.
“O sistema é sustentável e econômico a longo prazo, mas requer maior investimento inicial e espaço para a instalação das placas, sendo mais comum em casas térreas ou sobrados”, orienta Bruno. Ele também esclarece que, em projetos de arquitetura erguidos do zero, é possível avaliar a viabilidade de outros sistemas.
E quando falamos de vazão?
A vazão, medida em litros por minuto (l/min), é o primeiro dado técnico a ser averiguado. De forma simples, o arquiteto explica que essa medida determinará quantos pontos de água quente podem funcionar ao mesmo tempo, mas o cálculo ainda varia de acordo com o tipo.
Em sistemas de passagem ou gás, a conta é direta: soma-se a vazão dos pontos que serão usados ao mesmo tempo. Por outro lado, em sistemas de acumulação, como a solar, bomba de calor ou boiler a gás, a matemática considera o número de banhos por dia e o tempo entre usos. “Nesses casos, é fundamental prever a capacidade de armazenamento e o tempo necessário para reaquecimento da água”, delibera.
O arquiteto exemplifica sobre a conta a ser realizada: considerando que uma ducha apresenta a vazão de 13 litros e o morador tenha a intenção de ter o funcionamento simultâneo para dois banhos, o aquecedor deve ter uma capacidade mínima de 26 litros por minuto. Além dos chuveiros, é preciso incluir os outros pontos de consumo como a torneira da cozinha e dos banheiros. “Vale ressaltar que, quanto maior a vazão, mais robusta deve ser a estrutura do aquecedor, incluindo dutos de exaustão e alimentação de gás compatível”, orienta.
Cuidados com a instalação
Bruno diz que tudo depende da infraestrutura presente no local e relata que em apartamentos novos a construtora entrega os conduítes e grelhas de ventilação prontos, o que, de certa forma, limita a liberdade de escolha do morador.
“E sempre se concentram na área de serviço tanto pela ventilação, importante para o caso de possíveis vazamentos, e para que fique em uma posição mais discreta”, observa. “Por se tratar de um item delicado, que pode arranhar durante a obra, preferimos incluir o aquecedor juntamente com os eletrodomésticos, em uma fase que não tenha mais quebra-quebra. Geralmente a instalação é rápida e não demora”, comenta o arquiteto.
Todavia, ele ressalta que a contratação de mão de obra qualificada, com orientações do fabricante ou de um profissional autorizado, é essencial para a segurança e garantia. Além disso, o espaço deve ser permanentemente ventilado, com grelhas fixas voltadas para o lado externo da edificação.
“Essa circulação de ar precisa ser muito bem planejada e não pode ter falhas, pois envolve riscos à saúde”, adverte.
Troca e manutenção
A durabilidade dos aquecedores varia de acordo com o modelo e a manutenção, mas em geral os aparelhos a gás podem durar mais de 15 anos. Ainda assim, a troca pode se tornar necessária caso o número de pontos de uso aumente ou se houver sinais de falhas frequentes, demora para aquecer a água ou ruídos anormais.
Para evitar surpresas desagradáveis, recomenda-se a manutenção periódica, pelo menos uma vez por ano, com uma assistência técnica autorizada. Segundo Bruno, o check up deve incluir a limpeza interna, verificação das conexões e a checagem dos sensores e do duto de exaustão.
Bônus: dica de arquitetura
Mesmo em apartamentos com instalação determinada, é possível melhorar o visual por meio do projeto de marcenaria. Nos seus projetos, o arquiteto gosta de propor ao cliente a possibilidade de ocultar o aquecedor em um armário fechado por um painel vazado que protege o equipamento sem interferir na eficiência. “A marcenaria vazada ajuda a manter o visual limpo e elegante da área de serviço” finaliza Bruno Moraes.
Sobre BMA Studio
O arquiteto Bruno Moraes atua há mais de 19 anos no mercado de arquitetura e interiores, com sólida experiência em projetos e execução de obras. Formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie, Bruno iniciou sua carreira em grandes escritórios, como o do renomado arquiteto Siegbert Zanettini.
Em 2017, fundou o escritório Bruno Moraes Arquitetura, com foco em projetos residenciais, reformas de apartamentos e espaços comerciais. O crescimento demandado por obras completas levou à criação de uma estrutura própria para execução e gerenciamento de obras, com equipe especializada e treinada. Essa expansão culminou, alguns anos depois, na transição da marca para BMA Studio, unificando os serviços de arquitetura e execução sob um novo posicionamento, mais alinhado aos diferenciais do escritório. O BMA Studio é a evolução da Bruno Moraes Arquitetura, mantendo a mesma essência, equipe e compromisso com a qualidade.
O escritório atua em projetos de casas, reformas, retrofits, espaços corporativos, áreas comuns de edifícios e stands de apartamentos decorados. Conta com um aplicativo próprio para a gestão das obras, otimizando processos e comunicação com os clientes.
Entre os principais clientes estão o Grupo Volkswagen, as multinacionais Arauco e Fabbri, os escritórios da Tecban (Banco 24h), as Sorveterias Rochinha e um projeto de revitalização urbana no bairro do Bixiga. Também participou da Mostra Casa Saudável HBC e tem obras executadas em diversas regiões do país.
A marca já teve seus projetos e vídeos publicados em importantes veículos de arquitetura. Bruno também assina colunas no Portal PiniWeb, apresenta o podcast de Arquitetura Corporativa para o Club&Casa Design, e foi apresentador do podcast do Viva Decora. De 2019 a 2024, participou do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT.
Em 2023, estreou na CASACOR São Paulo com o ambiente ‘Cozinha Funcional’ e foi premiado pela VEJA São Paulo como Melhor Ambiente na categoria Cozinha Integrada ou Cozinha Gourmet. Em 2024, retornou à mostra com o espaço ‘Acalanto e Encontros’, reafirmando seu compromisso com a inovação, funcionalidade, bem-estar e brasilidade nos projetos.
Serviço:
(11) 2062-6423
Instagram: @bmastudio
Site: https://brunomoraesarquitetura.com.br/
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/bmastudio-brunomoraes/
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