Na interseção entre design brasileiro contemporâneo, emoção e técnica, a Poltrona Tóio surge como um objeto que vai além da função. Assinada por Richard Daniel, a peça traduz uma abordagem sensível do mobiliário, na qual forma, material e significado caminham juntos. Lançada no circuito internacional de Milão e, agora, incorporada ao portfólio da 789 Design, a poltrona consolida-se como um exemplo claro de design autoral que comunica identidade, movimento e acolhimento.
Desde o primeiro olhar, a Poltrona Tóio chama atenção pela sua presença quase escultórica. O desenho revela um contraste intencional entre uma base firme e expressiva e volumes superiores mais orgânicos, criando uma leitura visual dinâmica. Essa tensão equilibrada confere personalidade à peça e reforça sua vocação para ambientes onde o mobiliário não apenas compõe, mas participa ativamente da narrativa espacial.
Estrutura que sustenta o gesto e linhas que convidam ao uso
A base da poltrona, com referência direta ao universo do skate e do snowboard, introduz a ideia de deslocamento, liberdade e juventude. Ao mesmo tempo, funciona como um elemento estrutural preciso, que garante estabilidade e ancoragem visual. Sobre ela, o encosto em curvas suaves desenha um gesto contínuo, quase como um traço em movimento, sugerindo acolhimento imediato ao corpo.
O estofamento, executado em tecido de textura marcante e tons terrosos, acrescenta calor e sofisticação tátil à composição. O couro aparece como contraponto, reforçando a sensação de durabilidade e refinamento. Assim, a Poltrona Tóio constrói uma experiência sensorial completa, em que o conforto físico dialoga com a estética e com a percepção emocional do usuário.
Segundo o próprio Richard Daniel, a intenção sempre foi buscar um equilíbrio cuidadoso entre expressão e engenharia. “Busquei equilíbrio entre materiais e formas. A peça nasce com um toque lúdico, mas também com precisão construtiva. Ela carrega movimento, sem perder estabilidade”, explica o designer. Essa fala traduz com clareza o conceito que sustenta o projeto e evidencia o rigor técnico por trás de sua aparente leveza.
Design emocional como linguagem contemporânea

O nome Tóio amplia ainda mais o caráter simbólico da peça. Ele carrega referências pessoais e históricas, unindo homenagem, afeto e memória. Ao mesmo tempo em que dialoga com a tradição, a poltrona se projeta como um objeto atual, alinhado às discussões contemporâneas sobre design emocional, em que o mobiliário deixa de ser neutro para assumir um papel afetivo dentro dos espaços.
Essa dimensão narrativa é cada vez mais valorizada na decoração de interiores, especialmente em projetos residenciais que buscam criar ambientes com identidade e vínculos reais com seus moradores. A Poltrona Tóio atende exatamente a esse desejo: ela não apenas ocupa o espaço, mas cria uma relação direta com quem observa e utiliza.
Versatilidade e protagonismo na decoração
Inicialmente produzida em edição limitada para o lançamento internacional, a poltrona passa a ganhar versões personalizáveis, ampliando suas possibilidades de uso. Madeira, metal, couro, tecido e até combinações com pedra permitem que a peça se adapte a diferentes propostas arquitetônicas, do estilo contemporâneo ao decor sofisticado com inspiração orgânica.
Em salas de estar, livings integrados ou espaços de contemplação, a Poltrona Tóio funciona como ponto focal. Sua presença é marcante, mas não excessiva, estabelecendo um diálogo equilibrado com outros elementos do ambiente. Dessa forma, ela reforça uma tendência cada vez mais forte no design de móveis: peças que unem função, arte e narrativa, contribuindo para espaços mais humanos, expressivos e memoráveis.
Ao traduzir movimento em forma, afeto em matéria e precisão em conforto, a Poltrona Tóio reafirma a força do design brasileiro no cenário internacional e demonstra como o mobiliário pode ser, ao mesmo tempo, objeto, gesto e experiência.





