Prateleiras são indispensáveis no dia a dia de casa e aquele item que classificamos como ‘pau para toda obra’. Elas abrigam objetos importantes, elementos decorativos, livros, obras de arte, retratos e recordações e muitas outras coisas que resolvem a vida do morador. Executar o móvel sob medida contribui para o melhor aproveitamento do espaço, facilitando a rotina diária com a organização.
À frente do seu escritório, a arquiteta Cinthia Claro esclarece que as prateleiras cumprem múltiplos papéis. “Elas resolvem quando a intenção é vestir uma parede sozinha e solucionar um dilema de acomodar aquilo que estava sem um lugar adequado”, comenta.
Onde instalar
Para a profissional, o ideal é que as prateleiras sejam definidas ainda na fase de projeto. “Para uma melhor organização, as paredes que receberão prateleiras já são consideradas após a análise do layout da planta e das modelagens em 3D”, explica.

Ela ainda ressalta que a função do móvel é determinante: em geral, atende a demanda por armazenamento, variando conforme o cômodo.
Altura ideal
A referência não é imperativa, entretanto Cinthia argumenta que cada ambiente requer uma altura diferente que pode ser definida por alguns parâmetros como aponta a seguir:

- Salas e dormitórios: quando há portas próximas, costuma-se alinhar a prateleira alta à guarnição da porta, entre 2,15 e 2,20 m.
- Cozinhas: pequenas prateleiras para temperos ou utensílios são utilizadas acima da bancada da cozinha – cerca de 1,40 m do piso.
- Escritórios: é possível preencher toda a parede com uma estante do piso ao teto, ou então instalar de uma a duas prateleiras a 1,40 m acima da mesa.
- Banheiros: dentro do box, a altura varia de 0,90 a 1,20 m do piso, buscando sempre o alinhamento com o revestimento da parede.
Materiais e usos
De acordo com o ambiente, recomenda-se o uso de materiais resistentes à umidade e gordura. Em cozinhas e banheiros, Cinthia indica prateleiras de pedra como granito, quartzo ou lâmina.

“Em relação às clássicas prateleiras de madeira, recomendo o MDF. O acabamento varia conforme a proposta do espaço e, no que diz respeito à cor, amadeirados claros combinam com estilos contemporâneos, transmitindo leveza e amplitude, enquanto tons escuros, por outro lado, remetem a ambientes mais clássicos ou com apelo vintage”, observa.
Outro material bastante empregado é a serralheria com estruturas como o metalon, que se conectam com projetos com o estilo industrial.
Sistemas de fixação

Entre os sistemas de instalação, a mão francesa se constitui como um suporte metálico, em ‘L’, que sustenta a prateleira. Outra possibilidade é a versão invisível que fica embutida na parede e entrega um acabamento limpo e a sensação de fazer a peça flutuar e, por fim, a cremalheira, que permite o ajuste da altura.

A escolha, segundo a arquiteta, deve considerar tanto o estilo quanto a função. “A mão francesa pode ser decorativa, o suporte invisível é o mais moderno, e as cremalheiras são ideais para espaços funcionais como depósitos, ateliês ou oficinas”, detalha.
Cálculo do peso

Ao projetar prateleiras, outro ponto que precisa ser considerado é o cálculo do peso que elas podem suportar. Diferente de peças prontas, nas quais a carga máxima suportável foi informada pela loja responsável, mensurar o peso de uma prateleira feita sob medida exige um olhar cuidadoso.
“Sempre analiso juntamente com o profissional que executará o sistema, pois não há um cálculo exato. Contudo, podemos prever o quanto o móvel pode suportar a partir da finalidade que o cliente pretende dar para a prateleira”, comenta Cinthia.
Ainda segundo a profissional, as estruturas de serralheria também necessitam de avaliação para que os apoios sejam bem distribuídos. “Dos sistemas de fixação, os mais resistentes são os suportes ‘invisíveis’ justamente porque podemos distribuir mais apoios em função da carga”, afirma.
Prateleiras embutidas

Uma solução adotada com frequência em alguns ambientes são as prateleiras embutidas. “Geralmente, a colocação é considerada quando há um comprometimento da circulação ou quando a proposta se torna mais interessante”, diz a arquiteta.
Normalmente são pouco profundas e destinadas para pequenos detalhes e objetos, onde a carga requer menos estruturação.
Erros comuns

LED
Quando o ponto elétrico executado não coincide com a altura projetada, seja na parte inferior quanto na superior, é preciso refazer as conexões para a compatibilidade com o LED.
Prateleiras suspensas
Quando fixadas no teto, a arquiteta ressalta que os reforços do móvel, que pode ser uma chapa ou tábua de madeira, nunca devem ser fixados no forro de gesso, e sim diretamente na laje ou em um reforço acima do forro – uma questão de segurança.
Altura e profundidade
Outro erro a ser evitado é a altura e profundidade da prateleira para eliminar o risco de bater a cabeça quando a pessoa se projeta para frente. “Essas observações são essenciais para que não ocorram acidentes domésticos”, conclui Cinthia.





