Para manter um jardim exuberante e saudável durante o ano todo, uma série de cuidados distintos deverá ser realizada a cada estação, a fim de garantir que as plantas permaneçam nutridas e em pleno desenvolvimento. No entanto, com a chegada do Inverno, esse desafio fica um pouco mais difícil, principalmente em razão das baixas temperaturas, tempo seco e do período de dormência pelo qual passa boa parte das espécies.
Apesar de tudo isso, a natureza também surpreende com florações encantadoras exatamente nessa época, através de cores vibrantes vistas em projetos residenciais ou até mesmo no alto das árvores das grandes cidades. Com o objetivo de explicar melhor como tantas variações ocorrem no Inverno, a Landscape Jardins – um escritório de arquitetura paisagística liderado por Claudio Pedalino e Gabriela Setta – traz um guia com orientações e curiosidades sobre a estação. Confira!
Ritmo lento
“O Inverno é considerado um período de dormência para a maioria das plantas, onde elas apresentam crescimento reduzido, quedas de folhas e uma brotação mais tímida. Portanto é necessário um maior cuidado com relação às regas e à adubação, assim como ficar atento ao aparecimento de possíveis pragas”, comenta Gabriela Setta.
Dessa forma, é necessário realizar ações preventivas, tais como reduzir a quantidade de regas, assim como antecipar os seus horários habituais. O indicado é regá-las durante o dia (no máximo até às 16h), evitando que fiquem úmidas no período da noite. Ações como essas podem evitar o aparecimento de fungos, que a planta apodreça ou até mesmo morra por excesso de água, em razão da menor evaporação.
É importante também a contratação de um profissional especializado, que faça um ajuste no cronograma de adubação, pois algumas espécies precisam aguardar a entrada da Primavera e outras podem ser adubadas no Inverno. Assim como a escolha dos nutrientes certos para cada canteiro do jardim.
Cuidado com o gramado
Um problema comum que pode ser visto em gramados é a doença fúngica conhecida como Rhizoctonia Solani, responsável por manchas circulares em tons amarelados ou amarronzados, com o aspecto queimado, que além de prejudicar a estética, também contribui para que a grama sofra com apodrecimento de suas raízes. “Nesse sentido, é importante ficar atento às adubações da grama, pois o excesso de nitrogênio é um dos fatores que aumenta as chances do surgimento da doença”, alerta Gabriela.
Dicas gerais para o Inverno
– Na dúvida sobre a quantidade de água necessária para cada espécie, é possível colocar os dedos na terra e verificar a umidade do solo. Assim, será possível perceber o momento de regar novamente.
– Para quem está começando a cultivar plantas, um bom caminho é iniciar com tipos mais fáceis de cuidar e usualmente mais resistentes, como as suculentas. No entanto, sempre verifique as suas particularidades.
Para outras, o auge da beleza
Da mesma forma que diversas espécies não ficam tão viçosas nesta época, há casos de outras que entram em seu período de maior esplendor – seja por florescerem agora, ou registrarem uma boa adaptação às temperaturas amenas. Como os Ipês (que aparecem entre o Inverno e a Primavera) e dão um show de cores. Entre os exemplos estão o Ipê-Roxo (Handroanthus impetiginosus), o Ipê-Rosa (Handroanthus heptaphyllus) e o Ipê-Amarelo (Handroanthus albus).
As cerejeiras do Japão (Prunus serrulata) também são muito conhecidas por suas florações, responsáveis pela realização de diversos festivais temáticos nas regiões Sudeste e Sul.
As hortênsias (Hydrangea macrophylla) são flores que gostam de temperaturas mais amenas, sendo muito encontradas em cidades serranas do Brasil, assim como as lavandas (Lavandula angustifolia) que se desenvolvem melhor em cidades de clima frio.
Outros exemplos de flores que ganham destaque na estação são as Camélias (Camellia japonica), Crisântemos (Chrysanthemum), Ciclames (Cyclamen persicum), Gérberas (Gerbera jamesonii) e o Jasmim do inverno (Jasminum nudiflorum), como o próprio nome já diz.