Resumo
* A monocromia vai além da simplicidade: quando bem explorada, cria ambientes sofisticados e impactantes sem recorrer a várias cores.
* A escolha da cor-base e suas variações é essencial para compor camadas de interesse e evitar monotonia no projeto.
* Materiais, acabamentos e texturas diferentes enriquecem a proposta monocromática sem quebrar a harmonia visual.
* A pintura e a marcenaria planejada são ferramentas-chave para alcançar continuidade e profundidade nos espaços.
* O estilo se adapta a imóveis pequenos ou grandes e pode ser testado em ambientes como lavabos e halls para vencer o receio inicial.
Muitas vezes associada ao estilo minimalista, a decoração monocromática, erroneamente, caiu na mística de algo monótono e limitado. Esse pensamento fez com que muitos não enxergassem o real potencial de um projeto pautado em uma única cor acompanhada por seus gradientes. No entanto, para o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, a monocromia é um recurso versátil e resulta tanto em composições delicadas, quanto propostas marcantes e cheias de impacto.
Segundo ele, tudo depende da intenção e o segredo está na forma como as nuances são exploradas. “A monocromia não precisa ser entendida como limitação, mas como oportunidade. Ela convida o olhar a se aprofundar nas pequenas variações e nos detalhes que, em um projeto multicolorido, poderiam passar despercebidos”, afirma o arquiteto.
Como acertar nas escolhas
Claro que o primeiro passo é definir qual cor será a base do ambiente, para, na sequência, elaborar o leque de variações que passam desde os mais suaves aos mais profundos. Essa gradação evita que o projeto pareça superficial, acrescenta camadas de interesse e equilibra a intensidade.
“Quem opta pelo verde, pode mesclar nuances suaves nas paredes e apostar em versões mais intensas nos móveis”, exemplifica Bruno.

Outro aspecto importante é escolher os materiais que vão compor essa paleta escolhida. A monocromia só ganha corpo quando inserida em diferentes superfícies como tecidos, pisos, revestimentos e acessórios decorativos.
“O monocromático é muito mais sobre harmonia do que sobre repetição. Por isso, brincar com acabamentos, brilho e opacidade é uma forma de enriquecer o ambiente sem quebrar a unidade. É possível termos uma parede de pintura fosca, alinhada com um móvel laqueado, ambos da mesma cor, mas com resultados completamente diferentes”, explica o profissional.
Pintura e marcenaria

Para Bruno, a pintura é, sem dúvida, a ferramenta mais acessível para começar a monocromia. Uma parede coberta por um gradiente mais fechado pode se tornar o ponto de ancoragem da paleta, enquanto as demais recebem variações mais suaves. Essa estratégia é especialmente eficaz em ambientes de convivência como salas de estar e TV, pois cria contraste sem introduzir novas cores.
Mas a marcenaria planejada também merece seu destaque: móveis como sofás, estantes, armários e painéis podem ser revestidos na mesma paleta escolhida, reforçando a sensação de continuidade.

Em cozinhas, por exemplo, armários em tons de cinza aliados a eletrodomésticos na mesma escala cromática resultam em um espaço sofisticado e integrado. Já em quartos, a cabeceira e o guarda-roupa planejado em tons coordenados entregam uniformidade sem perder o conforto.
“A marcenaria planejada é uma aliada, porque permite explorar a cor de forma controlada e funcional”, complementa o arquiteto.
Texturas na composição
Além dos acabamentos, tecidos como veludo, linho e algodão, mesmo dentro da mesma paleta, produzem contrastes táteis e visuais que elevam o ambiente.

“Mesmo quando usamos uma paleta neutra, como off-white ou cinza, as texturas conseguem trazer complexidade ao espaço. O que faz a diferença não é a cor em si, mas o quanto conseguimos explorar sua variação em materiais, tecidos e acabamentos diferentes”, afirma.
Monocromia em diferentes escalas
Um dos maiores trunfos desse estilo é sua adaptabilidade a imóveis pequenos e grandes. Nos apartamentos compactos, a continuidade visual proporcionada por uma única cor ajuda a ampliar a percepção de espaço. Ao evitar contrastes marcantes, o olhar percorre o ambiente sem interrupções, fazendo com que pareça maior do que realmente é.

Já em projetos com áreas mais generosas, a monocromia é um recurso que valoriza a imponência. Um living com pé-direito duplo se beneficia de uma paleta única que dá unidade à grande área e torna o local mais sofisticado. Porém, a escolha deve estar alinhada ao impacto desejado, uma vez que os neutros transmitem serenidade, enquanto tons mais marcantes ressaltam a grandiosidade do espaço.
“O monocromático se molda ao tamanho do imóvel. Nos pequenos, é solução para integrar e ampliar; nos grandes, é estratégia para propiciar coerência e elegância. É por isso que esse recurso nunca se limita a um perfil específico de projeto”, explica o profissional.
Vencendo o medo
Muitos moradores têm receio de apostar em um décor monocromático por achar que podem se cansar facilmente da escolha. Uma alternativa prática é começar em ambientes de uso menos frequente. Esses espaços permitem experimentar a estética em menor escala e perceber como a monocromia impacta a atmosfera.

Outra forma de reduzir a insegurança é introduzir a paleta em bases neutras e variar a intensidade em acessórios. Por exemplo, usar cinza nas paredes e móveis e incluir almofadas, tapetes ou obras de arte na cor.
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