Amanda Ferber ainda era estudante quando decidiu compartilhar nas redes sociais os projetos que a encantavam nos livros. Movida pela paixão e pela curiosidade, ela iniciou o Architecture Hunter sem imaginar que transformaria o perfil em uma das páginas mais influentes da arquitetura mundial. O que começou em 2013 como um acervo pessoal se tornou uma vitrine global de design e inovação, com mais de três milhões de seguidores e reconhecimento entre os maiores nomes do setor, como Mark Zuckerberg, Alex Hanazaki e Jean Nouvel.
“Eu só queria falar de arquitetura de uma maneira simples e acessível. A minha empolgação era tanta que precisava compartilhar o que me inspirava”, lembra Amanda, que ainda cursava os primeiros semestres da faculdade quando viu o perfil alcançar seu primeiro milhão de seguidores.
O sucesso veio sem pretensão. O uso do inglês, que surgiu como um exercício de prática bilíngue, acabou abrindo as portas para o público internacional. “Lembro de ver colegas tentando descobrir quem era o autor das publicações”, conta.
Do anonimato à relevância mundial
A popularidade do perfil cresceu em um momento em que o Instagram ainda engatinhava como plataforma de conteúdo profissional. Com olhar apurado e sensibilidade visual, Amanda conseguiu se destacar entre os entusiastas da arquitetura e os próprios arquitetos. O resultado foi a consolidação de uma nova forma de divulgar projetos: democrática, inspiradora e visualmente envolvente.
A jovem paulistana, criada em meio à efervescência urbana da capital, sempre se interessou por arquitetura moderna e pelo trabalho de profissionais brasileiros. A admiração por Marcio Kogan, do Studio MK27, foi tão grande que ela decidiu se apresentar pessoalmente ao arquiteto — uma atitude que, segundo ela, mudou o rumo da carreira.
“Eu era tímida e insegura, mas quis tentar. Entrei no prédio e me apresentei novamente. Foi uma experiência transformadora”, recorda. O gesto de coragem resultou em um estágio no renomado escritório, mesmo sem o programa de trainees ativo na época.
Entre o digital e o real
Enquanto conciliava o estágio com a faculdade, Amanda foi convidada a colaborar com o portal ArchDaily, onde aprofundou seus conhecimentos em comunicação e conteúdo especializado. A experiência reforçou a percepção de que poderia expandir o alcance do Architecture Hunter, explorando novas linguagens.
Nascia, então, a ideia de levar o projeto para outras plataformas. “Eu queria mostrar arquitetura em movimento, não só em fotos”, explica. Assim surgiu o canal no YouTube, seguido pelo desenvolvimento de um aplicativo próprio, que ampliou o diálogo com o público e abriu espaço para o conteúdo audiovisual.
Com o crescimento, o perfil se tornou uma marca consolidada. A monetização e as parcerias comerciais possibilitaram que Amanda investisse em uma produtora e profissionalizasse a produção de vídeos.
Uma pausa que redefiniu o futuro
Durante a pandemia da covid-19, o ritmo intenso de produção deu lugar a um período de reflexão. “A pausa foi necessária. Eu precisava entender o que queria comunicar dali em diante”, conta. O momento serviu como um divisor de águas: Amanda reorganizou o projeto, firmou sociedade com outros profissionais e estruturou o Architecture Hunter como uma marca global, com presença em feiras e eventos internacionais.
Atualmente, aos 29 anos, Amanda Ferber é uma das principais vozes da arquitetura digital. Foi eleita pela Forbes Under 30 Brasil e pela Feedspot como uma das maiores influenciadoras do segmento. Seu trabalho inspira estudantes, arquitetos e amantes da estética urbana ao redor do mundo, reforçando o papel das redes sociais como pontes entre a arte, o design e as pessoas.
“O que me move é democratizar o acesso à arquitetura. Tornar o conteúdo visual e compreensível, sem perder a profundidade. Essa sempre foi a essência do Architecture Hunter”, conclui Amanda.





