Infiltrações, mau cheiro vindo do ralo, pressão irregular no chuveiro, ruídos nas tubulações, vazamentos em registros e acúmulo de umidade nas paredes são alguns dos problemas mais comuns que encontramos quando o sistema hidráulico de uma residência não é planejado ou executado corretamente.
Para que tudo saia conforme o script, os arquitetos Alexandre Pasquotto e Mariana Meneghisso, que juntos comandam a Meneghisso & Pasquotto Arquitetura, ressaltam que é preciso um acompanhamento rigoroso para que cada etapa e detalhe seja realizado com precisão.
Sob o olhar minucioso, o projeto hidráulico segue padrões e normas que garantem funcionalidade às infraestruturas, além de evitar falhas que comprometam o revestimento, retrabalhos e um aumento no custo de manutenção.
Planejamento de banheiros
É no banheiro que a complexidade do sistema se torna mais evidente e é onde cada centímetro precisa ser planejado com minúcias, já que envolve pontos de água (incluindo a tubulação de água quente e fria), esgoto, ralos, duchas, registros e misturadores, entre outros elementos.

“Em um dos nossos projetos, toda a estrutura de abastecimento foi oriunda do pavimento inferior, e a partir dali, distribuímos para os pontos de pia, chuveiro e banheira através das infraestruturas e registros. É fundamental prever, desde o início, onde estarão as saídas de ducha higiênica, o esgoto e até o dreno do ar-condicionado (se for o caso), para evitar que algo precise ser quebrado depois”, explica o arquiteto.
Tamanha a relevância do dimensionamento hidráulico que, a partir dessas definições é possível predizer a altura dos espelhos, o alinhamento da marcenaria, o desenho dos nichos e até o caimento ideal dos pisos para o escoamento da água.
“Com o projeto bem executado conseguimos integrar o técnico e o estético, e isso é o que diferencia um banheiro bonito de um banheiro funcional”, acrescenta Mariana.

Outras dicas de atenção que o casal de arquitetos elenca são:
- · Planejar a altura dos registros e misturadores conforme o tipo de cuba e torneira;
- · Verificar o caimento do ralo antes do assentamento do piso;
- · Prever pontos de água quente e fria mesmo quando o aquecimento será instalado depois;
- · Deixar acesso fácil aos registros e válvulas de manutenção.
Para uma cozinha eficiente
Na cozinha, as instalações hidráulicas envolvem uma série de conexões interligadas, como por exemplo: pia, lava-louças, purificador e filtro. Todos esses pontos precisam estar coordenados com a marcenaria e os eletrodomésticos escolhidos, o que exige compatibilização de projeto para evitar surpresas, como tubulações aparentes ou falta de espaço para conexões.

“O segredo está no planejamento e a posição das saídas e a pressão da água influenciam no desempenho de equipamentos e na estética final. Se o ponto estiver mal colocado, vamos ter problemas para embutir uma torneira gourmet ou para esconder tubulações indesejadas”, comenta Alexandre.
Lavanderias também entram no jogo
Assim como na cozinha, a lavanderia exige atenção semelhante com um estudo de layout para o correto posicionamento de tanque, máquina de lavar e aquecedor.

“Um erro comum é deixar pouco espaço para manutenção, o que dificulta trocas ou reparos. Conferir a altura dos pontos e a inclinação dos drenos evita transtornos e mantém o ambiente funcional”, destaca o arquiteto.
Outros pontos que merecem atenção

Embora os banheiros, cozinhas, lavabos e lavanderias concentrem a maior parte das tubulações, há outros locais da casa que também exigem infraestrutura hidráulica como áreas de lazer com banheiras, spas ou ofurôs, além de varandas gourmet e jardins com pontos de irrigação.
Obra limpa, resultado preciso
Um dos diferenciais que a dupla do escritório Meneghisso & Pasquotto Arquitetura destaca é o gerenciamento diário de obra que permite manter a organização, controle e a visualização de todas as tubulações antes do fechamento para que se possa corrigir qualquer imprecisão.
“Quando a infraestrutura é bem executada, o resultado final é perceptível até no conforto do banho, na pressão da água e na ausência de ruídos ou vazamentos. E tudo isso começa com gerenciamento e uma instalação hidráulica bem planejada”, finaliza Alexandre Pasquotto.





