A infância é marcada por sonhos que pedem espaço para acontecer. Entre eles, poucos são tão universais quanto o desejo por uma casa na árvore — aquele abrigo secreto onde tudo é permitido: brincar, imaginar, construir mundos. Quando esse universo se materializa dentro do quarto, o ambiente se transforma em algo além de funcional: torna-se um santuário de experiências afetivas.
Esse foi o ponto de partida para a designer de interiores Fabiana Visacro, que atendeu ao pedido de uma pequena cliente e inseriu no dormitório infantil um toque de fantasia sem abrir mão da estética e da organização. O projeto, executado com equilíbrio entre função e afeto, é uma prova de que é possível unir o lúdico ao bom design de interiores com soluções práticas e encantadoras.
O lúdico como ferramenta de conexão emocional
O elemento central do ambiente é uma casinha de madeira acoplada à cabeceira da cama. Mais do que um detalhe visual, ela atua como convite permanente ao brincar, ao mesmo tempo em que confere ao ambiente um ar de refúgio acolhedor — um verdadeiro ninho que respeita e valoriza a infância.
A escolha por materiais naturais reforça esse vínculo com a natureza, mesmo em um espaço interno. A cortina de fibra que complementa o conjunto e a árvore-escultura feita em madeira — que serve como estante para livros — criam um cenário orgânico e delicado, trazendo ao quarto a sensação de um bosque particular.
Design afetivo: entre estética, função e memória
Incorporar o tema de casa na árvore dentro do quarto não significa necessariamente reproduzir uma estrutura externa. O conceito pode ser reinterpretado de forma simbólica, com marcenarias sob medida, texturas naturais, paleta suave e detalhes que remetem ao ar livre, como galhos, folhas e painéis de madeira clara. O objetivo é proporcionar à criança um território onde ela possa se reconhecer, se expressar e se desenvolver com liberdade.
A proposta de Visacro também reforça o papel do design emocional, que considera o impacto dos espaços sobre a construção de vínculos e lembranças duradouras. O resultado é um quarto que estimula a imaginação, promove a autonomia da criança e, ao mesmo tempo, acolhe as pausas e os silêncios da rotina.
