Em um cenário no qual o design busca cada vez mais significado, a Coleção Tear surge como um manifesto sensível sobre tempo, memória e pertencimento. Assinada por Daniela Ferro, a linha nasce da observação atenta de um gesto simples e ancestral — o ato de tecer — e o traduz em móveis que falam de afeto, pausa e conexão com o que é essencial.
Mais do que um exercício estético, a coleção propõe uma reflexão sobre o morar contemporâneo. Assim, tradição e inovação caminham juntas em peças que valorizam o trabalho manual, sem abrir mão da sofisticação, da ergonomia e da versatilidade exigidas pelos interiores atuais.
O tear como linguagem estética e simbólica
O ponto de partida da coleção está no ritmo quase meditativo do tear artesanal. O entrelaçar contínuo dos fios, carregado de histórias e dedicação, ganha nova leitura por meio do trançado em corda náutica, elemento que se torna assinatura visual da linha. O desenho anguloso e cadenciado remete diretamente ao aspecto do tear manual, criando uma textura que dialoga com a luz, o toque e o olhar.

Para Daniela Ferro, esse processo vai além da forma. “Tear nasceu do desejo de trazer o universo artesanal para o cotidiano, não apenas como memória, mas como gesto vivo. Cada trama em corda náutica remete à dedicação e ao cuidado do tecer manual. São peças que carregam afeto, que convidam à pausa e ao desfrute do tempo. É um mobiliário que conta estórias”, explica a designer.
Poltrona Tear: conforto que acolhe e convida à pausa
A poltrona Tear materializa com precisão esse encontro entre artesania e design contemporâneo. Sua estrutura é executada em madeira de cumaru, escolhida não apenas pela resistência, mas também pela tonalidade quente e natural, que reforça a sensação de acolhimento. Os perfis arredondados conferem leveza visual, enquanto o trançado em corda náutica cria um jogo gráfico marcante e elegante.
O conforto é ampliado pelo uso de almofadas soltas e generosas no assento e no encosto, que convidam ao relaxamento prolongado. Dessa forma, a poltrona se adapta com naturalidade tanto a salas de estar quanto a espaços de leitura, varandas cobertas ou ambientes de contemplação, onde o tempo parece desacelerar.
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Pufe Tear: extensão do corpo e da experiência
Seguindo a mesma linguagem estética da poltrona, o pufe Tear amplia as possibilidades de uso e composição. Ele pode atuar como apoio para os pés, assento extra ou até como elemento complementar em layouts mais fluidos, reforçando a ideia de flexibilidade no morar contemporâneo.
Além disso, sua presença reforça a continuidade visual da coleção, permitindo criar cenários coesos e acolhedores, nos quais o design não se impõe, mas se integra à rotina de quem habita o espaço.
Cadeira Tear: referências do design brasileiro reinterpretadas
A cadeira Tear resgata o conceito do tecimento no encosto tramado em corda náutica, sustentado por uma estrutura em cumaru de linhas suaves e bem definidas. Um dos pontos mais interessantes da peça está em sua proporção: mais estreita no topo e levemente mais larga na base, uma referência sutil ao design brasileiro dos anos 1950, reinterpretado sob um olhar contemporâneo.
Disponível nas versões com e sem braços, a cadeira se adapta a diferentes funções e ambientes, transitando com facilidade entre salas de jantar, escritórios residenciais e espaços multifuncionais. Essa versatilidade reforça o caráter atemporal da coleção e sua afinidade com projetos que valorizam identidade e conforto.
Design com memória afetiva no morar atual
Ao transformar o gesto ancestral de tecer em mobiliário, a Coleção Tear propõe uma nova relação com os objetos do dia a dia. Cada peça carrega não apenas função, mas também narrativa, evocando lembranças, sensações e uma relação mais consciente com o tempo e o espaço.
Assim, o trabalho de Daniela Ferro reafirma uma tendência crescente no design de interiores brasileiro: a valorização do artesanal como elemento vivo, capaz de dialogar com o presente sem perder sua essência. Em um mundo cada vez mais acelerado, Tear convida à pausa, ao toque e à contemplação — atributos que transformam móveis em experiências e casas em refúgios.





