À primeira vista, a cadeira Acapulco parece simples: uma estrutura metálica oval com fios entrelaçados que formam um assento leve e arejado. Mas basta usá-la uma vez — ou colocá-la em um ambiente bem planejado — para entender por que ela se tornou um clássico do design internacional.
Criada no México, ainda nos anos 1950, a peça nasceu na cidade costeira de Acapulco e logo se espalhou pelo mundo como um símbolo de descontração, elegância tropical e estética artesanal. Hoje, é protagonista em projetos que valorizam o equilíbrio entre beleza, conforto e história.
Uma peça nascida do calor e da criatividade
A origem da cadeira remete ao balneário homônimo, que era ponto de encontro de celebridades, intelectuais e artistas nas décadas de 1950 e 60. A necessidade de conforto aliado à ventilação natural inspirou artesãos locais a criarem um modelo com fios de vinil esticados sobre uma base metálica. O resultado foi uma cadeira leve, ergonômica, resistente ao clima e com visual escultural — perfeita para ser usada à beira-mar, em jardins e varandas ensolaradas.

Segundo a arquiteta e designer de interiores Natália Lemos, o sucesso da Acapulco está justamente na sua versatilidade estética. “Ela se adapta tanto a um ambiente boho, com plantas e fibras naturais, quanto a um décor mais contemporâneo e minimalista. Basta variar a cor da estrutura ou o material dos fios, que ela muda completamente de expressão”, explica.
Entre o retrô e o moderno: um trunfo da decoração versátil
Além da origem charmosa, o que mantém a cadeira Acapulco atual é sua capacidade de dialogar com diferentes estilos. Em tons neutros como preto ou branco, ela transmite sobriedade e elegância.
Já em versões vibrantes — verde, azul, amarelo ou laranja —, assume protagonismo com um toque divertido, perfeito para quem busca personalidade na decoração. Em áreas externas, sua resistência ao sol e à umidade continua sendo um diferencial.

Para o arquiteto Renato Teles, a Acapulco é uma peça-chave na transição entre interior e exterior: “Ela funciona muito bem em varandas gourmet, terraços ou lounges ao ar livre, mas também pode migrar para a sala ou o quarto. Gosto de incluí-la em projetos onde o mobiliário precisa ter leveza visual sem perder presença”, afirma.
Conforto e ergonomia aliados ao design
Embora o visual marcante chame atenção, quem se senta pela primeira vez na cadeira Acapulco costuma se surpreender com o conforto. Os fios tensionados criam um assento flexível que se adapta ao corpo e proporciona uma leve sensação de balanço — uma característica que favorece o relaxamento e a contemplação.

Esse detalhe anatômico não é apenas estético. Ele reforça o aspecto funcional do design e ajuda a posicionar a peça como uma opção inteligente para pequenos espaços. Por não ter braços ou encostos volumosos, ela é fácil de movimentar, pode ser empilhada e não pesa visualmente, o que a torna ideal para apartamentos compactos e áreas multifuncionais.
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Variações e releituras que ampliam as possibilidades
Hoje, é possível encontrar versões contemporâneas da cadeira Acapulco em diferentes materiais — de cordas náuticas e fios de PVC até tramas em corda sintética ou palha ecológica. Também há modelos com pés de madeira, estrutura colorida e até versões duplas ou com apoio para os pés.
Essas releituras mantêm a essência da peça, mas permitem sua adaptação a diferentes projetos, estilos e orçamentos. É o tipo de móvel que traz autenticidade sem exigir uma composição rebuscada, dialogando bem com tapetes de fibras naturais, almofadas étnicas ou até obras de arte mais conceituais.





