Está construindo ou reformando o banheiro? Então, não se esqueça de impermeabilizar as áreas molhadas. Embora essa etapa previna infiltrações, mofo e danos estruturais causados pela umidade, ela ainda é bastante negligenciada.
Segundo o arquiteto Paulo Tripoloni, à frente do Atelier Paulo Tripoloni, investir em uma boa impermeabilização é proteger o imóvel a longo prazo. “O banheiro é um dos espaços mais críticos da casa por causa da umidade constante. Qualquer falha na impermeabilização pode causar vazamentos que, além de afetar o conforto, geram prejuízos difíceis de reparar”, explica.
“É mesmo necessário?”
Embora muitas vezes seja vista como um gasto extra, a impermeabilização é um investimento que evita dores de cabeça futuras com vazamentos e infiltrações capazes de comprometer todo o banheiro. “Vale lembrar que o custo para refazer uma impermeabilização depois de o banheiro estar pronto é muito maior do que o valor gasto na execução correta desde o início”, reforça Paulo Tripoloni.

Por isso, tratar a impermeabilização com o mesmo nível de importância que o revestimento ou a marcenaria é garantir tranquilidade e durabilidade para o imóvel.
Ao menor sinal de que algo pode estar errado, como o aparecimento de manchas escuras nas paredes ou no teto, mofo, odor de umidade e pintura descascando, é preciso investigar a origem antes que o problema se agrave.
“Quanto antes o reparo for feito, menor será o prejuízo. Em alguns casos, é possível corrigir apenas pontos localizados, mas se o sistema estiver comprometido, será necessário refazer toda a impermeabilização”.
“E quando começar?”
Segundo o arquiteto, o segredo de uma boa impermeabilização está no planejamento desde o projeto, antes mesmo de se iniciar o assentamento de pisos e revestimentos. É nesse momento que é fundamental prever a aplicação correta de mantas, argamassas ou produtos impermeabilizantes em todas as áreas sujeitas ao contato com a água.
“As áreas molhadas como como o box, o entorno do ralo e as paredes próximas a chuveiros e banheiras, precisam dessa atenção especial”, destaca.
A impermeabilização criará uma barreira para impedir a passagem da água para as estruturas da edificação, garantindo mais longevidade ao revestimento e evitando problemas no pós-obra.
“Mas e quando o banheiro já está pronto?”
Também é possível fazer a impermeabilização em banheiros já existentes, mas o processo é mais complexo. “Nesses casos, é preciso remover o revestimento para acessar a base, corrigir eventuais falhas e aplicar novamente o sistema impermeabilizante”, orienta Paulo Tripoloni.
O profissional reforça que cada caso deve ser avaliado individualmente e que o acompanhamento técnico é essencial para garantir a eficácia da intervenção sem comprometer a estrutura.
Tipos de impermeabilização
Existem diferentes métodos de impermeabilização, e a escolha depende do tipo de substrato e do uso do ambiente. Entre as opções mais comuns estão:
- Manta asfáltica: muito utilizada em pisos e lajes. Forma uma camada contínua e resistente à umidade;
- Argamassa cimentícia: utilizada em paredes e áreas internas de banheiros. É uma mistura pronta aplicada sobre o concreto ou a alvenaria;
- Impermeabilizantes líquidos: indicados para áreas menores. São produtos prontos que criam uma película protetora flexível.
Paulo explica que há outros sistemas disponíveis, cada um com indicações e normas específicas do fabricante. “É fundamental utilizar o sistema correto para cada situação e seguir à risca as recomendações. Um erro simples, como não respeitar o tempo de cura, pode comprometer todo o trabalho”, comenta o arquiteto.

Mas, antes de colocar a mão na massa também vale lembrar das normas técnicas específicas, nesse caso, a NBR 9575 e a NBR 9574, que estabelecem critérios para cada tipo de sistema e orientam sobre a forma correta de aplicação, preparo de superfície e ensaios de verificação.
“Seguir as normas não é burocracia. Elas existem para evitar falhas que comprometem toda a obra. Quando o serviço é feito conforme as orientações técnicas, o resultado é duradouro e seguro”, afirma ele.
Testes e manutenção

Após a aplicação, deve-se realizar o chamado teste de estanqueidade, que consiste em encher o piso com água e observar se há vazamentos durante um período de 72 horas. É somente após essa etapa que o revestimento pode ser assentado.
Segundo Paulo, essa verificação é indispensável para evitar retrabalhos e prejuízos futuros. “Muitas pessoas pulam essa fase por achar que é perda de tempo, mas é justamente ela que comprova se o serviço foi bem executado”, afirma.
Além desses cuidados, realizar uma manutenção periódica ajuda a manter a eficiência ao longo do tempo e a identificar trincas ou outros sinais de problemas que podem surgir.





