⚠️ Aviso de segurança e informação técnica
Este artigo é exclusivamente informativo. A presença de chama amarela no seu fogão pode indicar combustão incompleta, consumo maior de gás ou riscos à saúde (formação de monóxido de carbono).
Ao inspecionar ou tentar ajustes nos queimadores ou regulagens, proceda com cautela: desligue o fogão da fonte de gás, trabalhe em ambiente ventilado e, se não tiver confiança no procedimento, chame um técnico especializado em reparos de gás ou eletrodomésticos.
Os resultados da correção dependem de vários fatores — modelo do fogão, estado das peças, manutenção anterior — e nem todo aparelho permite ajustes simples.
Você já reparou na cor da chama do seu fogão enquanto cozinha? Pode parecer apenas um detalhe, mas esse pequeno sinal visual diz muito sobre a saúde do seu eletrodoméstico — e sobre o consumo da sua casa. Em tempos de alta nos preços dos combustíveis e contas que não param de subir, entender o que a cor da chama do fogão revela é uma forma inteligente de evitar desperdícios e, mais do que isso, garantir a segurança da sua família.
A chama azul é sinônimo de funcionamento correto: ela indica que o gás está queimando com eficiência, liberando o calor máximo possível com o menor gasto de combustível. No entanto, se essa coloração começa a apresentar tons amarelados, alaranjados ou avermelhados, é sinal de alerta. Nesses casos, além de gastar mais gás, o fogão pode estar emitindo substâncias perigosas — tudo isso sem que você perceba.
Por que a cor da chama muda?
A mudança de cor na chama está diretamente relacionada à forma como o gás se mistura ao oxigênio antes da queima. Uma regulagem adequada nos queimadores permite que essa mistura seja homogênea, garantindo a combustão completa e segura. Mas quando o ar entra em quantidade insuficiente — o que pode acontecer por sujeira, entupimentos ou desgaste — a combustão se torna incompleta, alterando a cor da chama.
De acordo com o engenheiro mecânico Henrique Pasqualini, especialista em eficiência térmica e segurança doméstica, “a cor azul mostra que o calor está sendo gerado da maneira mais eficiente. Quando ela se torna amarela ou laranja, significa que parte do gás não está sendo totalmente queimado — e isso representa gasto desnecessário e risco de formação de gases tóxicos no ambiente”.
Outro fator que influencia diretamente é a qualidade do gás. Embora o GLP e o gás natural sejam padronizados, ainda existem relatos de botijões mal armazenados ou com mistura inadequada, o que também pode interferir no desempenho da queima.
Efeito direto no bolso: o custo de uma chama ineficiente
Pouca gente percebe, mas cozinhar com uma chama amarelada pode custar caro ao longo do tempo. Como o calor gerado é menor e mais difuso, é necessário manter o fogão ligado por mais tempo para atingir a mesma temperatura que seria obtida rapidamente com uma chama azul. Esse “tempo extra” acumulado ao longo dos dias faz o consumo de gás disparar.

Segundo a engenheira de energia Luciana Borin, consultora em eficiência energética residencial, o impacto pode ser surpreendente: “Nos testes que realizamos, uma chama com queima incompleta pode gerar um aumento de até 20% no consumo de gás em uma residência. Isso significa um botijão a mais a cada quatro ou cinco meses. Em uma casa que usa gás encanado, o impacto aparece direto na fatura”.
Um perigo silencioso à espreita
Além do desperdício financeiro, a combustão incompleta representa um risco sério à saúde. Um dos subprodutos mais perigosos desse processo é o monóxido de carbono (CO), um gás inodoro e invisível, extremamente tóxico quando inalado. Ele pode se acumular em ambientes fechados e mal ventilados, como cozinhas pequenas ou áreas de serviço com janelas fechadas.
Casos de intoxicação por monóxido de carbono são mais comuns do que se imagina, e frequentemente passam despercebidos. Sintomas como dor de cabeça, tontura e enjoo podem ser confundidos com mal-estar comum. “É uma ameaça silenciosa. Por isso, sempre que a chama apresentar cor estranha ou instabilidade, é fundamental investigar”, alerta Henrique Pasqualini.
Além disso, a fuligem gerada pela queima incompleta contribui para a poluição do ar interno e pode afetar pessoas com problemas respiratórios, como asma e rinite.
Sinais de alerta e o que fazer
A cor da chama é, portanto, um dos primeiros sinais visuais de que algo está errado no funcionamento do fogão. Se a chama está amarela, laranja ou avermelhada, o ideal é agir imediatamente. A primeira recomendação é verificar a limpeza dos queimadores. Gordura acumulada, restos de comida e até poeira nos bicos podem impedir a entrada adequada de ar e alterar a qualidade da queima.
Caso a limpeza cuidadosa não resolva, é preciso avaliar se o fogão permite o ajuste da entrada de ar, uma solução que deve ser feita com critério. “Nem todos os modelos oferecem essa regulagem visível ao usuário, e em muitos casos é necessário conhecimento técnico para fazer o ajuste correto. Se não souber como agir, a melhor opção é procurar um técnico especializado”, orienta Luciana Borin.
Prevenção, manutenção e economia
Manter o fogão em dia é uma ação simples que pode trazer benefícios diretos. Além de reduzir o consumo de gás, uma chama azul e estável contribui para um cozimento mais rápido e eficiente. Também evita o acúmulo de fuligem nos utensílios e superfícies da cozinha — outro problema comum causado pela combustão incompleta.
Se o seu fogão já tem muitos anos de uso ou vem apresentando sinais de instabilidade frequente na chama, pode ser a hora de considerar a manutenção mais profunda ou até mesmo a troca por um modelo mais novo, que respeite normas atualizadas de eficiência energética e segurança.





