A estética minimalista e urbana do cimento queimado no piso se tornou uma marca registrada nos projetos contemporâneos. Seu visual homogêneo, a textura natural e o leve brilho da superfície criam uma base neutra que combina com diferentes estilos de decoração — do industrial ao escandinavo, passando pelo rústico chic.
Mais do que uma tendência, esse acabamento representa uma solução prática, durável e econômica. E, sim, é possível fazer em casa, desde que com os cuidados certos e a técnica bem executada. A arquiteta e especialista em interiores Carolina Neri explica que o cimento queimado virou protagonista por aliar resistência e visual impactante.
“Ele tem esse apelo moderno, mas ao mesmo tempo acolhedor. Em ambientes integrados, o piso contínuo ajuda a ampliar o espaço, além de ser fácil de limpar e manter”, destaca.
⚠️ Aviso técnico e de responsabilidade
Este artigo tem caráter informativo e orientativo. A execução de cimento queimado exige precisão técnica, cuidados na preparação da base, controle de umidade, tempo correto de cura e compatibilidade entre materiais. Não apresse etapas ou omita verificações — um erro pode comprometer a durabilidade e o acabamento do piso. Em áreas úmidas ou que exigem impermeabilização, siga rigorosamente as recomendações dos fabricantes ou busque um técnico especializado. Para grandes áreas, ambientes com estrutura complexa ou casos com dúvidas técnicas, consulte engenheiro civil, empresa especializada em revestimentos ou profissional de construção antes de executar.
Entenda o que é o cimento queimado e por que ele exige técnica
Apesar do nome, o cimento queimado não é obtido com fogo. O termo vem do ato de “queimar” o pó de cimento seco sobre a argamassa ainda úmida, criando uma superfície lisa e compacta. A mistura tradicional leva cimento, areia fina e água, mas a proporção e a mão de obra fazem toda a diferença no acabamento final. O grande desafio está em garantir a homogeneidade do tom e evitar rachaduras com o passar do tempo.

“Não é um simples piso de concreto. A espessura, o tempo de secagem e até a temperatura do ambiente influenciam no resultado. Se o trabalho for mal feito, pode esfarelar ou trincar cedo demais”, alerta o engenheiro civil Rodrigo Salgado, que já atuou em mais de 40 projetos com esse tipo de revestimento.
Ele também lembra que hoje existem versões industrializadas — como argamassas prontas e resinas pigmentadas — que simulam o efeito do cimento queimado com menos riscos e mais estabilidade.
Como aplicar cimento queimado no piso: cuidados e etapas fundamentais
Para obter um resultado durável e esteticamente bonito, a preparação da base é fundamental. O contrapiso precisa estar limpo, nivelado e livre de fissuras. A aplicação da mistura de cimento deve ser feita em etapas contínuas, respeitando o tempo de cura de cada fase. Durante a queima — o momento em que o pó de cimento é salpicado sobre a massa úmida —, é necessário alisar com desempenadeira de aço em movimentos circulares, o que garante o aspecto polido e característico do acabamento.
Em áreas molhadas, como cozinhas e banheiros, a impermeabilização é indispensável. Após a secagem completa, é recomendável aplicar uma resina acrílica ou poliuretano, que cria uma película protetora contra manchas e infiltrações. Esse acabamento também pode realçar o brilho ou dar um efeito fosco, dependendo da escolha do morador.
Carolina ainda destaca a importância de respeitar o tempo de cura. “Não adianta apressar a obra. O cimento queimado leva cerca de 15 a 28 dias para secar completamente, e nesse período é preciso evitar qualquer sobrepeso, contato com água ou produtos químicos”, diz a arquiteta.
Alternativas modernas e personalização de cores
Quem busca mais segurança na aplicação pode optar pelas soluções industrializadas que imitam cimento queimado. Esses produtos são encontrados em lojas de materiais de construção e vêm prontos para uso, com pigmentações que variam do cinza tradicional ao bege claro, verde oliva e até tons terrosos. São ideais para reformas rápidas, pois podem ser aplicados sobre pisos antigos sem remover o revestimento anterior.

Outra vantagem das opções prontas é a padronização de cor e textura. Enquanto o cimento queimado artesanal pode apresentar variações de tom e pequenas imperfeições — o que, para muitos, é justamente o charme do material —, as alternativas prontas entregam um visual mais controlado e uniforme, especialmente em grandes áreas.
Durabilidade e manutenção no dia a dia
Depois de aplicado corretamente, o piso de cimento queimado tem longa durabilidade. Sua superfície pode ser limpa com vassoura macia e pano úmido. Produtos abrasivos devem ser evitados, pois podem desgastar o acabamento e alterar o brilho. Caso o piso fique opaco com o tempo, a reaplicação da resina devolve a aparência original.
Para evitar rachaduras estruturais, é essencial prever juntas de dilatação, principalmente em grandes áreas. Isso permite que o piso acompanhe as variações de temperatura e evita trincas indesejadas. Rodrigo reforça que “com a técnica bem aplicada, o cimento queimado pode durar décadas. É um piso de baixo custo, alta resistência e estética atemporal — um investimento que compensa”.
Cimento queimado além do piso

Embora seja mais conhecido no chão, o cimento queimado também tem ganhado espaço em paredes, bancadas e até móveis embutidos. Sua versatilidade estética e resistência tornam o material uma escolha inteligente para ambientes com proposta contemporânea, prática e elegante. Ao combinar com madeira, metal ou fibras naturais, o contraste enriquece o projeto, equilibrando o rústico ao sofisticado.