Em um mundo onde os espaços estão cada vez mais integrados e a decoração ganha contornos mais afetivos, a estante aberta desponta como uma solução elegante e funcional para organizar e expor objetos com charme e leveza. Versátil por natureza, esse móvel conquista tanto os ambientes sociais quanto os mais íntimos da casa, permitindo uma composição fluida e cheia de personalidade.
Mais do que um simples apoio para livros, vasos ou esculturas, a estante sem portas se tornou uma aliada de quem deseja aliar praticidade e estética. Seja para dividir ambientes, criar pontos focais ou valorizar coleções pessoais, sua estrutura vazada convida o olhar a circular e permite que cada objeto respire dentro da composição — algo fundamental na decoração contemporânea.
Leveza visual e estilo sem excessos
A grande vantagem da estante aberta na decoração está justamente em sua capacidade de manter a organização visível sem sobrecarregar o ambiente. Ao contrário de armários fechados, ela reforça a sensação de amplitude, principalmente em espaços pequenos ou integrados.

Para a arquiteta Clarissa Biolchini, especialista em interiores contemporâneos, “usar estantes vazadas traz uma dinâmica muito interessante à casa. Elas funcionam como um elemento de transição entre ambientes, sem fechar a circulação nem barrar a luz natural”.
Contudo, justamente por deixarem os itens à mostra, essas estantes exigem curadoria. Dispor objetos sem critérios pode gerar o efeito contrário ao desejado. O segredo, segundo a designer de interiores Ludmila Nogueira, está na escolha das peças e na proporção visual.

“Misturar livros, vasos e elementos decorativos é importante, mas é preciso cuidar da repetição de alturas, volumes e cores. Uma boa dica é seguir uma paleta definida e intercalar objetos verticais com horizontais para criar ritmo”, recomenda.
Funcionalidade aliada à expressão pessoal
Seja na sala de estar, no home office, na cozinha ou até mesmo no quarto, a estante aberta se adapta ao propósito do ambiente com naturalidade. Em áreas sociais, ela pode servir como suporte para livros de arte, velas aromáticas e lembranças de viagem. Já em espaços como cozinhas e varandas gourmets, ela comporta utensílios, plantas e até pequenos eletros, desde que tudo esteja disposto com critério e equilíbrio.

Além disso, ela é uma excelente maneira de imprimir identidade ao décor. Cada peça disposta na estante conta um pouco da história dos moradores: a cerâmica feita à mão, o porta-retratos herdado da avó, o livro com anotações à margem. Tudo isso faz parte do que a especialista Ludmila Nogueira chama de “memória material do lar”.
“Não é apenas uma questão estética. Quando bem utilizada, a estante aberta se transforma numa vitrine afetiva, onde cada objeto carrega significado”, afirma.
Como usar a estante aberta com harmonia
A integração da estante com o restante da decoração requer atenção a alguns detalhes, como proporção e materialidade. Modelos em madeira clara ou serralheria, por exemplo, dialogam bem com estilos mais leves ou industriais. Já estruturas de ferro combinadas com nichos em MDF podem compor ambientes contemporâneos e funcionais. Em todos os casos, é fundamental manter a coerência visual entre a estante e o restante do mobiliário.
Na sala de estar, uma estante pode ocupar toda a parede e substituir o rack tradicional, abrigando livros, plantas e até o televisor. No quarto, o móvel pode ganhar função híbrida, dividindo espaço com uma penteadeira ou um pequeno escritório. Em varandas ou cozinhas, a atenção à ventilação e à praticidade é essencial: use objetos decorativos que não acumulam poeira com facilidade e escolha materiais resistentes à umidade e ao calor.