Folhas manchadas, amareladas ou secando pelas pontas? Esses pequenos detalhes podem ser o grito silencioso da sua jiboia por socorro.
Apesar de ser considerada uma das plantas ornamentais mais resistentes e adaptáveis, a Epipremnum aureum, como é conhecida na botânica, também pode adoecer — e quando isso acontece, a recuperação depende diretamente do olhar atento do cultivador.
A beleza da resistência não isenta dos riscos
A jiboia é uma velha conhecida dos amantes de plantas de interior. Suas folhas verdes e vibrantes, por vezes rajadas de branco ou amarelo, fazem dela uma escolha frequente para espaços internos com iluminação moderada. No entanto, mesmo sob cuidados aparentemente corretos, essa planta pode ser acometida por doenças fúngicas, bacterianas ou até por estresse ambiental.

A engenheira agrônoma e especialista em fitossanidade Amanda Bertolucci, que atua há mais de uma década com plantas tropicais, explica que os primeiros sintomas geralmente surgem nas folhas. “Se a planta começa a apresentar manchas escuras, aspecto murcho ou bordas queimadas, o problema pode estar relacionado tanto ao excesso quanto à falta de água, ou mesmo a fungos que se instalam por umidade constante”, alerta.
Umidade mal dosada: o vilão número um
Muitos problemas que levam ao enfraquecimento da jiboia começam na rega. Por ser uma planta tropical, ela aprecia a umidade, mas detesta solos encharcados. Quando o substrato permanece úmido por longos períodos, surgem condições ideais para o aparecimento de fungos como o Pythium e o Rhizoctonia, que atacam diretamente o sistema radicular da planta.
O paisagista Lucas Godoy, conhecido por seus projetos com plantas tropicais em ambientes urbanos, alerta que a drenagem é um ponto crucial para manter a saúde da planta. “Muita gente esquece de verificar se o vaso tem furos suficientes ou se o pratinho acumula água. Essa negligência é um convite para a podridão das raízes”, explica.
Folhas amareladas, manchas escuras e apatia
A aparência das folhas é um verdadeiro termômetro da saúde da jiboia. Quando amareladas, especialmente nas bordas, o problema pode estar relacionado ao acúmulo de sais do adubo ou à exposição excessiva ao sol direto. Já as manchas pretas ou marrons geralmente indicam ação de fungos ou bactérias — e precisam de atenção imediata.

Nesse cenário, o isolamento da planta pode ser necessário para evitar a contaminação de outras espécies próximas. Amanda recomenda a remoção das folhas afetadas com uma tesoura esterilizada e, em alguns casos, o uso de fungicidas específicos. “Mas o ideal é sempre prevenir. Um ambiente ventilado, limpo e com regas bem dosadas já é suficiente para evitar grande parte dos problemas”, ensina.
Como manter sua jiboia saudável por muito mais tempo
Além dos cuidados com a rega, alguns hábitos simples fazem toda a diferença na prevenção de doenças. Evitar o acúmulo de poeira nas folhas, usar substratos de qualidade e manter um calendário leve de adubação orgânica são ações que ajudam a fortalecer a planta.
Lucas Godoy ainda ressalta que a observação constante é o maior trunfo de quem cultiva. “É preciso conhecer sua planta, perceber quando ela muda o comportamento. A jiboia é expressiva: se ela não está bem, vai deixar isso claro. Basta prestar atenção.”