Localizada em Xangri-lá, no litoral do Rio Grande do Sul, esta casa de praia de 445 m² foi idealizada pelo escritório Mayresse Arquitetura para se tornar o refúgio perfeito de uma família gaúcha. A construção impressiona pelo equilíbrio entre estética brutalista, funcionalidade e conexão com a natureza, utilizando materiais como concreto aparente, pedra natural e vidro, que garantem um design atemporal e baixa manutenção.
A estrutura de dois pavimentos se destaca pelo volume superior que parece flutuar sobre o térreo, um efeito visual criado pela janela em fita que separa os dois blocos arquitetônicos.

O térreo é dedicado à convivência, com salas de estar e jantar integradas ao espaço gourmet, criando um ambiente fluido e acolhedor, onde os moradores podem desfrutar da vista privilegiada da piscina de transbordo.
O vidro, amplamente utilizado no projeto, permite a entrada de luz natural e uma conexão intensa com a paisagem litorânea, sem comprometer a privacidade dos ambientes internos. Para a arquiteta Mayresse Prado, fundadora do escritório responsável pelo projeto, a escolha dos materiais foi essencial para aliar estética e funcionalidade.

“Optamos por pedra natural e concreto aparente por sua durabilidade e resistência à maresia. Já o vidro traz a transparência necessária para integrar a casa ao entorno, sem abrir mão do conforto”, explica. A presença de ripados de alumínio também contribui para o controle de incidência solar e oferece um fechamento discreto para as suítes.
Os interiores refletem a mesma sofisticação dos espaços externos, com um design minimalista e tons neutros que reforçam a sensação de aconchego. Cortinas rolô com filtro UV foram instaladas para regular a luminosidade e garantir conforto térmico, protegendo os ambientes sem obstruir a vista para o mar. No pavimento superior, as suítes preservam a privacidade da família, mantendo a integração visual com a paisagem através das grandes aberturas envidraçadas.

Um dos elementos de destaque é a escada esculpida entre os dois pavimentos, onde degraus de madeira contrastam com a base em pedra natural. A iluminação zenital, vinda de uma abertura no teto, valoriza ainda mais essa peça arquitetônica, criando um jogo de luz e sombra que se altera ao longo do dia.
O arquiteto João Mayresse, também responsável pelo projeto, explica que a escada foi pensada como um elemento escultural: “Ela não é apenas uma passagem entre andares, mas sim uma peça central do living, que dialoga com os materiais naturais da casa e potencializa a entrada de luz”. Além do design refinado, a residência aposta em soluções sustentáveis para otimizar recursos e reduzir impactos ambientais.

Placas fotovoltaicas, estrategicamente posicionadas, garantem o suprimento energético sem interferir na estética da construção. Já um sistema de captação de água da chuva alimenta a irrigação automatizada do jardim, enquanto os vidros tecnológicos empregados no projeto oferecem isolamento termoacústico, mantendo o frescor interno mesmo nos dias mais quentes.
A casa traduz um conceito contemporâneo de moradia litorânea, em que arquitetura, natureza e bem-estar se fundem em um espaço sofisticado e funcional. A harmonia entre os materiais rústicos e as linhas minimalistas confere ao projeto uma identidade única, tornando-o um verdadeiro oásis de descanso e contemplação à beira-mar.