A participação feminina na construção civil brasileira ainda enfrenta desafios significativos, representando apenas 9,2% no mercado formal e 4,4% no informal, conforme revela um estudo recente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAIM).
Apesar de as mulheres constituírem a maioria da população do país, sua presença nos canteiros de obras permanece limitada. No entanto, iniciativas de industrialização e capacitação estão começando a transformar esse cenário, promovendo uma maior inclusão e equidade de gênero no setor.
Desigualdade de Gênero na Construção Civil
O estudo da ABRAIM destaca que o perfil predominante dos trabalhadores na construção civil brasileira é masculino, com a maioria tendo entre 37 a 41 anos, sendo pardos e com ensino médio ou fundamental incompleto. Esse panorama sublinha a necessidade urgente de estratégias que incentivem a entrada de mais mulheres no setor. A industrialização, que está modernizando a construção civil, tem desempenhado um papel crucial ao tornar o setor mais atrativo para jovens e, especialmente, para as mulheres.
Segundo a ABRAIM, investir em formação é essencial para alcançar a equidade de gênero na construção civil. Programas de capacitação não apenas fornecem as habilidades necessárias para as mulheres ingressarem no setor, mas também promovem um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado.
Iniciativas da MRV para Promover a Inclusão Feminina
Empresas visionárias como a MRV&CO estão na vanguarda dessa transformação. Comprometida com os objetivos da ONU de aumentar a participação feminina, a MRV lançou programas como “Elas Transformam” e “Elas por Elas”. Em 2022, a empresa assumiu o compromisso de elevar a porcentagem de mulheres em seu quadro de funcionários de 21% para 30% até 2030, e de aumentar a liderança feminina de 37% para 45%. Dois anos após o compromisso, a MRV já superou a meta de liderança feminina, atingindo 46%, enquanto o número de colaboradoras cresceu para 22%.
“A proposta da ONU é o mínimo que queremos alcançar. Nosso objetivo é atingir esses números e, a partir deles, avançar. A construção civil é, historicamente, majoritariamente masculina. Nos escritórios, já observamos a equidade de gênero acontecendo, mas nas obras o cenário é outro. Nosso maior desafio é sensibilizar essas mulheres, mostrar que elas também são capazes de trabalhar nos canteiros de obras. É um movimento que precisa ser afirmativo,” afirma Junia Galvão, Diretora Executiva de Administração e Desenvolvimento Humano da MRV.
Fortalecimento da Liderança Feminina
O projeto “Elas por Elas” da MRV é uma das principais iniciativas para fortalecer a liderança feminina no setor. Recentemente, a terceira edição do programa reuniu 18 mulheres em uma jornada de fortalecimento da liderança. Durante três meses, as participantes se aprofundaram em temas como “Gestão das Emoções” e “Liderança Transformadora”, promovendo não apenas reflexões pessoais, mas também um espaço seguro para a troca de experiências e aprendizados.
Valquíria Gomes, gestora executiva da MRV, compartilha sua empolgação com os resultados do projeto: “O projeto trouxe à tona não apenas reflexões pessoais, mas também forneceu um espaço seguro para a troca de experiências e aprendizados. A jornada de autoconhecimento que vivenciamos juntas foi um momento de grande valor que nos fortalecerá como profissionais e como mulheres. Acredito que esse encontro não apenas impactou cada uma de nós individualmente, como também terá reverberações positivas dentro da MRV&CO. Estou empolgada com a possibilidade de implementarmos as ideias e insights adquiridos para promover um ambiente de trabalho ainda mais inclusivo e colaborativo.”
Capacitação e Inclusão Social
Além do “Elas por Elas”, a MRV desenvolve outras iniciativas como o programa “Elas Transformam a Construção Civil”, que visa capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social para trabalharem no setor. Com investimentos superiores a R$ 1 milhão, o projeto tem como meta formar mais de 450 mulheres até outubro de 2024, oferecendo aulas práticas e teóricas nas áreas de azulejista e pintura. O curso, com duração de três meses, proporciona às participantes não apenas habilidades técnicas, mas também oportunidades de crescimento profissional e pessoal.
“Acreditamos que ações como essas são essenciais para formar times mais diversos, construir ambientes mais seguros e inclusivos, assim como oferecer estratégias e soluções por meio de experiências distintas,” acrescenta Junia Galvão.
Caminhos para a Equidade de Gênero na Construção
Com iniciativas contínuas, a MRV busca não apenas minimizar o gap de mulheres nos canteiros de obras, mas também incentivar o crescimento profissional em todas as áreas do grupo. Essas ações refletem o compromisso da empresa com a inclusão e a diversidade, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e equilibrado.
Dessa forma, programas como “Elas Transformam” e “Elas por Elas” são fundamentais para quebrar barreiras e abrir caminho para que mais mulheres possam atuar na construção civil, um setor tradicionalmente dominado por homens. Com o fortalecimento da liderança feminina e o investimento em capacitação, a MRV está pavimentando o caminho para um futuro mais inclusivo e equitativo no mercado da construção.