Em 2025, um terço dos brasileiros (33,2%) planeja reformar os cômodos do seu imóvel, segundo levantamento da “Juntos Somos Mais”, em parceria com a Opinion Box. Entre a parcela social que seguirá com a reforma, 40% já está com o planejamento financeiro da obra em dias.
Engatilhados, o banheiro (32%) e o quarto (31%) são os maiores alvos da reforma em casas e apartamentos. No entanto, a motivação por trás das mudanças permanece a mesma do início da década: aconchego. Dados disponibilizados pela Obramax informam que 44% dos entrevistados que reformaram seus imóveis recentemente, o fizeram exclusivamente por conforto.
O estudo mostra ainda que os gastos com reformas podem variar entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Com o aumento nos custos da mão de obra (5,64%) e dos materiais de construção (3,48%), segundo dados do SINAPI, os brasileiros precisarão de profissionais especializados para otimizar gastos e garantir que os projetos saiam do papel. Mesmo em espaços menores, como apartamentos estúdio, as reformas não são tão simples quanto parecem. Tais ambientes demandam móveis planejados e profissionais qualificados, o que torna essencial uma abordagem estratégica para equilibrar eficiência e economia no processo.
A arquiteta e designer de interiores Rafaela Giudice, especialista em obras rápidas e gestora do escritório BESPOKE DELA, revela uma pegadinha fascinante quando o assunto é reforma: donos de apartamentos estúdio (20 a 40m²) gastam o semelhante ou a mais que outras modalidades como flats, apartamentos de 2/4, gardens, coberturas e até duplex’s.
“Reformar estúdios envolve profissionais especializados. É fundamental contar com marceneiros experientes, pois esse material demanda um nível de detalhamento e personalização que não é comum em apartamentos maiores. Além disso, é preciso de mais mão de obra qualificada, como eletricistas e encanadores que entendam as peculiaridades de um espaço compacto, já que a distribuição de instalações precisa ser otimizada”, explica.
A estimativa entre o time de especialistas, segundo Rafaela, é que os móveis planejados componham até 35% do valor do imóvel. Nesse sentido, a arquiteta explica que o impacto no bolso com reformas é mais perceptível em unidades pequenas, onde a metragem reduzida limita a capacidade de absorver gastos fixos, a exemplo da mão de obra, onde o valor das diárias e a instalação de equipamentos, como ar-condicionado, não variam conforme a metragem, mas são aplicados da mesma forma em imóveis maiores.
“Em um estúdio temos menos área para diluir alguns custos fixos. Por exemplo, o valor do acompanhamento de uma obra será o mesmo, independentemente do apartamento ter 30m² ou 100m², já que o atendimento ao cliente precisa ser igual em ambas as situações. O mesmo se aplica à mão de obra, onde o valor da diária do pedreiro e do ajudante é o mesmo, mas em um apartamento maior, a diária acaba rendendo mais, permitindo diluir melhor o custo. A instalação de um equipamento de ar-condicionado também tem o mesmo valor, seja o imóvel de 20m² ou 80m². No entanto, ao dividir esse custo pela metragem, o de 80m² acaba parecendo mais vantajoso. No geral, a marcenaria planejada em um estúdio é, proporcionalmente, mais cara do que em um apartamento maior, pois o segredo de um bom projeto de apartamentos pequenos é justamente o aproveitamento total do espaço disponível“,
Segundo a gestora do escritório BESPOKE DELA, são mínimas as diferenças de planejamento entre reformas de estúdios e residências comuns. A principal, segundo Rafaela, está na execução, que pode ser um pouco mais lenta em estúdios, já que não é possível alocar tantos profissionais trabalhando em frentes diferentes ao mesmo tempo. O espaço reduzido exige um ritmo mais controlado para garantir que os mínimos detalhes sejam atendidos com eficiência.
“A chave para reduzir custos sem perder qualidade está em ter um bom projeto, com a orientação de um profissional capacitado. Além disso, é fundamental elaborar uma planilha de investimento detalhada e bem analisada antes de iniciar a reforma. Isso ajuda a evitar gastos excessivos e garante que cada recurso seja aplicado da maneira mais inteligente possível”, conclui.